domingo, 27 de outubro de 2013

Linhas tortas

Testa-me Deus a todo instante
Faz de mim sparring da fé
Por vezes me leva a nocaute
E perco a noção de mim

O Deus poeta
De tanta beleza
É o Deus de linhas tortas
Que escreve certo

Suas obras magníficas
Cheias de harmonias
Mexe e remexe
Me vira do avesso

De tanto apanhar
Eu xingo e esbravejo
Mando-o à merda
E torno a levantar

Pergunto autoritária
O motivo da escolha
De tantos desatinos
Mas ele não responde

As vezes me sorri
E finge uma braveza
Quando bate mais doído
Na altura do meu fígado

Testa-me a todo instante
Parece me querer ferir
Mais e mais e mais
O Deus supremo dos meus dias

Não sei quanto tempo ainda
Mas vou continuar lutando
E enquanto ele achar que deve
Vou apanhando

(Nane - 27/10/2013)











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