São lembranças tão vivas
Mas um tanto embaralhadas
Ela fala de alguém que conheceu
E que não é quem (ela) diz ser
Seu olhar um tanto vago
Vagueia num passado confuso
Se perde num presente efêmero
Quem é, quem foi, quem será
A fragilidade no corpo arqueado
Esconde a força do espírito
De guerreira persistente
Caducando, mas altiva
Ainda encontra humor
Para brincar com os netos
Que teima serem crianças
Filhos de seus filhos
Mistura seus momentos
De total lucidez
Com o esquecimento das feições
Da própria genealogia
Vence mais um dia
De dores e melancolias
Sequer sabe que se fez musa
Da filha que a faz virar poesia
(Nane - 22/10/2013)
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