sábado, 25 de junho de 2011

O lado escuro

Está escuro
Eu não sei se é dia ou noite
Ando de um lado pro outro
Não ando, flutuo em saltos alternados
Embora meu corpo esteja pesado
Estou sem ar, a cabeça me pesa
Tenho medo do chão que não vejo
É acidentado e empoeirado
Na pouca luz eu vejo crateras
Imensas, profundas
Meus saltos me levam à boca delas
Uma sombra enorme se aproxima
Um rugido de fera ecoa
Um clarão de fogo acende
Um dragão enorme se aproxima
Um cavaleiro de armadura aparece
Montado num corcel branco
E de lança na mão, me protege
Espanta a fera e some na escuridão
Eu fujo saltando sem direção
Uma boca enorme me engole
Estou caindo...caindo...caindo
Num poço sem fundo
Saltei na cratera
De lá de dentro vislumbro uma luz
Uma bola azul no céu que já não vejo
É só um ponto de luz
Eu caindo numa agonia infinita
O frio congela meu corpo inerte
Caindo...caindo...caindo
O fundo não chega, o que me espera
Não sei...estou caindo no escuro
Um jato de água me acerta a face
Assusto, estremeço, chegou a hora
Caio estatelada na areia molhada
A luz me cega e eu tonteio...
É noite alta
O mar veio me tirar do pesadelo
No céu a lua é cheia e brilha intensa
Levanto e caminho com direção certa
Minha casa me espera...

(Nane-25/06/2011)

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