segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Olhando pela janela


Ela insiste em andar só
Acredita mesmo que pode...
Mas o tempo a fez incapaz
SEu corpo não responde ao cérebro
Que altivo teima em teimar...

Minha mãe não se entrega
Sentada ne frente da TV
Ela divaga no tempo que se foi
Não entende que não pode mais correr
Não pode mais plantar
Não pode mais andar...

Seus olhos lacrimejam
São lágrimas e remelas
Coisas da idade
Tá cansada de olhar pela janela...

Olha a novela
Mas já não entende seu roteiro
Confunde as personagens
Mas é tudo o que lhe resta
E ela segue assistindo...

As vezes canta em louvor
Hinos que na igreja aprendeu
É fã confessa de Deus
É meiga, e as vezes cruel
Nas palavras a mim direcionadas...

São culpas que a vida nos trás
Cansaço num cuidado sem paz
Mixto de querer ir e ficar
Medo de tudo se acabar
Extremos sempre a se cruzar
Num amor que nunca há de terminar...

(Nane-2/09/2010)

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