quinta-feira, 9 de agosto de 2018

ONDE O SONHO SE PERDEU


Tão vasto tempo
Sem tempo nenhum
Refletindo no retrovisor
Tanto tempo perdido

Tempo em que a semeadura
Eclodiu na flor da terra
Demarcando seu espaço
Crescendo com seu vigor

Quando ainda infante
Julgava ser dono do mundo (inteiro)
Ou forte o bastante
Para dominá-lo

Mas tão vasto tempo
Nunca foi em vão
Passa amiúde, minando
Raízes tão profundas

Cresce, com mais e mais vigor
Aflorando a juventude
Primaveril e viril
Disposta às conquistas

Nos campos orvalhados
O frescor da ousadia
Permitido a todos os jovens
Desafiadores do tempo

Mas tão vasto tempo
Se cala e aprecia
Com a paciência peculiar
De quem sabe que vai ganhar

No auge do seu vigor
Amadurece seus ideais
Frutos de suas escolhas
Prontos a semear

Espalha sua essência
Levada e regada
Pelo vento e pela chuva
Pronta a germinar

Mas tão vasto tempo
Cíclico, torna a cuidar
Para que nada atrapalhe
Seu ato de passar

Um cansaço sibila
Apesar da força que ainda vigora
No cuidar do novo infante
Que o olhar revigora

O retrovisor denuncia
A estrada percorrida
As marcas do caminho
A vida, fugindo de mansinho

Mas tão vasto tempo
Calado, não se pronuncia
Apenas aguarda a hora
De mais um se tornar...poesia

(Nane - 09/08/2018)




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