quinta-feira, 30 de agosto de 2018

EU NÃO SEI REZAR

Eu não sei rezar
Como manda o figurino
Deus, meu Deus
Tenha piedade de mim

Te aceitei como meu pai
E é assim que sei te amar
Mesmo em meus momentos de rebeldia
Com você, eu gosto de conversar

Me ensinaram tantas rezas
Orações e preces
Não levante a sua voz
Não blasfeme, e se ajoelhe

Me cobram humildade
Sem que eu tenha arrogância
Me dizem que sou o teu espelho
Me falam da tua onipotência

São tantas contradições
Que nem gosto de pensar
Sem horário para te perturbar
Gosto de te instigar

Dizem que tenho o dom da poesia
Se de fato é verdade
Ele (o dom) foi presente de você
É só assim eu sei rezar

Me perdoe a sinceridade
Sou filha da tua própria criação
Se eu não sei rezar
Faz da poesia, a minha oração

(Nane - 30/08/2018)

A PAZ

A paz...
Deixou em mim, saudades
Do tempo em que eu não sabia
Que ela existia

O medo, quando chegava
Temia a minha mãe
E se mandava ligeirinho
Num afago, num carinho

O escuro, meu maior terror
Se dissipava em meus sonhos
Que andava de mãos dadas
Com a rapidez do meu sono

E no amanhecer
Sequer lembrava eu
Que tive algum medo
Que algo me assustou

A paz...
Que eu nem sabia que tinha
Se travestia de brincadeiras
Nas travessuras que eu fazia

A lua, me instigava fantasias
Do guerreiro e seu dragão
Que eu nunca entendia
Qual era a solução

O sol, era promessa de brincadeira
Cada vez que ele nascia
A chuva, essa era a chata
Que dentro de casa me recolhia

A paz...
Era tão simples e perfeita
Que nunca percebi
Que eu era feliz e não sabia...

(Nane - 30/08/2018)

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

FOLHA VAZIA

A folha vazia
Divaga frustrada
Por não virar poesia
Por estar vazia

Pensa nas outras tantas
Tão vazias quanto ela
São tantas num só lugar
Sem saberem que fim vão levar

A folha vazia
Só queria ser poesia
Mas o caderno fechado
Tão pouco se abre

O que virá em mim
Pergunta a folha vazia
Talvez problemas matemáticos
Ou a solução de uma ciência

Queria mesmo  guardar uma poesia
A pobre folha vazia
Enfileirada lá para o meio
Do caderno fechado

Passados tantos anos
O caderno embolorado
Afinal se abriu
Bem na página vazia

A avó lhe arrancou
Fez um avião de dobradura
Deu para o menino brincar
E a folha vazia...voou

(Nane - 27/08/2012)


LUZES QUE BRILHAM

As luzes que brilham
No olhar de quem olha
Com a doçura do amor
Só dos que amam

Confundem-se com as estrelas
Com a lua e com o sol
E como o arco-íris
Escondem um tesouro

Cintilam os olhinhos
Do cãozinho saudoso
No reencontro com o dono
Na explosão da alegria

Refletem a saudade
Os olhos do pai
No reencontro com o filho
Que o destino separou

Vertem as lágrimas
Transbordante de felicidade
Na mãe saudosa
Do filho em seus braços

Sorriem os olhos
Brilhantes de emoções
Quando finalmente se reencontram
Os dois corações

São luzes que brilham
Em promessas silenciosas
De seres comprometidos
Na vida em comum

(Nane - 27/08/2018)





domingo, 26 de agosto de 2018

NO VÃO DA VIDA

Reciclo tudo
Móveis, comida, roupa
Plásticos, pneus, papéis
Até a bosta é reciclável

Mas a merda do tempo
Esse #filhodaputa
Passa, passa, passa e não volta
Insistindo em parar..

No exato momento
Em que deveria passar
E nunca mais voltar...

Teima em ficar
Cravado na memória
Num tempo em que não mais existe
Nem nunca mais voltará

Tempo em que a felicidade
Alugou e fez morada
Sendo depois despejada
Deixando de fiador a saudade

Na vida que se finda
Sem forças para lutar
Num novo recomeçar

Tempo que nunca se recicla
Perdido no vão da vida
Do próprio tempo que não volta mais
Restando lembranças do que se foi

O que se foi não volta mais
O que vier, será vivido
Deixa ir o que morreu
Deixa viver o que virá

Tempo do que sem tempo
Corre em busca de um tempo
Em que ser feliz, ainda é tempo...

(Nane - 26/08/2018)

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

DEPOIS

Esgotam-se as palavras
Na preguiça do pensar
O poeta fraqueja
Não quer mais versar

A inspiração foi passear
Por outras paragens
Ressente-se da agonia
Não quer fazer poesia

Ele (poeta) insiste em rabiscar
Tenta se embriagar
Mas só saem rimas repetidas
Sem entrelinhas e perdidas

Seu cigarro queima em vão
Sem gerar nenhuma inspiração
Ah poeta, tudo tem a sua hora
Sua poesia não virá agora

Suas quimeras e fantasias
Parecem estar distorcidas
Talvez, até mesmo vencidas
Não valem uma poesia

Rimar amor com flor
Não faz parte da sua história
Nem pense em incluir a dor
Nessa loucura inglória

Deixa para depois
Quando chegar um novo dia
E não mais sonhares em ser dois
Escreveres a sua... poesia

(Nane - 23/08/2018)




FLORES DO INVERNO

A brisa da noite me acaricia
Trazendo o perfume das flores
Que antecedendo a primavera
Se abriram majestosas

Na beleza de suas pétalas
Toda a suavidade e a harmonia
Desenhada e arquitetada por Deus
Em sintonia com a poesia

O silêncio da madrugada
Apura todos os sentidos
Permitindo observar toda a grandeza
Da obra de arte Divina

Coisa linda na passarela
De minhas já distorcidas retinas
Lembrando-me a todo instante
Que tudo, ao seu tempo, floresce

O poeta, intrépido
Procura motivos à poesia
Melhor não há do que a flor
Que se subjugada, só ao amor

A brisa da noite me acaricia
No esplendor das orquídeas
Floridas em pleno inverno
Virando poesias etéreas

(Nane - 23/08/2018)





terça-feira, 21 de agosto de 2018

AVISO DO SILÊNCIO

Em meu silêncio ouço vozes
Se não de gente, dos animais
Que dividem comigo um mesmo espaço
Sem me deixarem só

A cachorrinha que me beija os pés
Num pedido de atenção
Que nego ao fingir não perceber
Enquanto escrevo

O gato manhoso que insiste em subir
No teclado "barulhento" de tec, tec
Exigindo que eu o coloque em meu colo
Enquanto insisto em "rabiscar"

Empurro-o para o lado com as mãos
Com os pés afasto a "farofa"
Sorrio em meu íntimo de suas travessuras
Enquanto o tempo passa sem que eu me sinta só

A madrugada se aproxima
Meus bichos vão dormir
Silenciam cansados de me mimar
No meu silêncio, enfim, silencio

Agora as vozes que ouço
São vozes sem sons nenhum
Vindas de lembranças guardadas
E aqui rabiscadas

O silêncio me diz que mais um dia se foi
E o melhor a fazer é ir deitar
Dormir faz parte de um sonho
Que a muito eu não sei sonhar

Meu dia é minha noite

Minha noite é meu dia
Tanto faz, aqui sozinha
O melhor é tentar fazer poesia

(Nane - 21/08/2018)



segunda-feira, 20 de agosto de 2018

ESFINGE

Meus versos falam por mim
Mas nem todos ouvem o que eu digo
Já que nas minhas entrelinhas
Codifico pensamentos

Deixo que pensem
Mas nunca digo o que querem
Solto no ar o bafio
Da fera contida

Traduzem o que querem
Pensam o que nunca existiu
Faço de mim mesma um mistério
Nos sulcos de minhas próprias mãos

Sangro meus dedos na terra
Onde planto as sementes
Da loucura entorpecente
Na imaginação fluente

Meus versos são torpes e sem nexos
Mas insistem nas quimeras
De lendas e mistérios
Dos que tentam decifrá-los

Eu, feito uma esfinge
Sorrio e desafio
Decifra-me ou te devoro
Nas entrelinhas...eu adoro

(Nane - 20/08/2018)




domingo, 19 de agosto de 2018

FALANDO COM DEUS

Então Deus me disse:
Mulher, heis aqui o teu filho

Disse eu à Deus:
O que faço com ele...

Deixe que siga teus passos
E seja teu reflexo
No espelho da tua vida

Que ditará a sua sina...

Deus, quanta responsabilidade
Colocas sobre os meus ombros!
Serei eu capaz de tanto
Na seara de meus dias?

Se sou eu o teu pastor
O que poderá te faltar?
Toma em tuas mãos o meu cajado
E deixa que minha luz te conduza...

Do teu cálice beberei
E onde houver sombras
Nelas me refrescarei
De mãos dadas contigo.

Faça de mim tua súdita
Na realeza de tua morada
Disposta a minha própria vida
Pela tua majestade

Que assim seja, filha minha
A nossa caminhada.
Que sejas tu comigo
E eu (teu Deus), serei sempre contigo.

(Nane - 19/08/2018)







sábado, 18 de agosto de 2018

SENTINDO

Prezo
Os que sem motivo algum
Sem cobrança nenhuma
Veem até a mim
Sem que eu os chamem

Leem sem se importarem
Com as métricas ou as rimas
Sem críticas nem concordâncias
Somente leem

Perdem seus tempos nas madrugadas
No pouco tempo que lhes dedico
Ao "rabiscar" palavras aleatórias
Da minha pobre e tosca história

Gosto
Quando perdem o seu tempo
Nas frases que escrevo
Sem nenhuma pretensão
Além da de os ver aqui

Então escrevo
E aguardo sem preocupação
Se virão ou não
Ler o meu acervo

Enquanto brinco com a rima
Finjo não perceber
Tudo o que disse acima
Ou nada do que você ler

(Nane - 18/08/2018)


sexta-feira, 17 de agosto de 2018

ESCUTANDO O NADA

Escuta o som do nada...
É o silêncio me ensinando
O valor da solidão
No momento pontual

Nem mesmo a rebentação do mar
Em seu eterno chiar
Invade essa percepção
Do silêncio por opção

Instantes reflexivos
De valores tão inconstantes
De um bem e um mal 
Tão perto e tão distante

Sinta o vento frio
No arrepio da pele 
Feito brumas na madrugada
Destilando a vanguarda

O dia nascerá
Tudo se repetirá
Numa rotina ululante
Feito o inferno de Dante

Se céu ou inferno
O silêncio te dirá
No purgatório da existência
De teu ser ou não ser

Escuta o barulho
Que o teu silêncio faz
Seja ele o teu mergulho
Na busca eterna de tua paz...

(Nane - 17/08/2018)







É O GUGA

Reflete meus dias
Em tempos passados
Onde as vezes
Em plena madrugada
Cuidavas de mim

Por vezes me acordava
Ou te acordava eu

Rumo a uma rodoviária
Onde eu embarcava
Ou então desembarcava

Reflete meus dias
Onde o menino travesso
Brincava de pipa
Ou mergulhava no rio
E cabia a mim (sem querer)
Cuidar de ti

A mãe (quase sempre) desesperada
Não sabia como agir
O menino que em mim confiava
Pouco se preocupava
Cuidava apenas de brincar
E o resto era comigo

Os times eram uma festa
De cores, reflexos e fantasias
Do nada foi Botafogo
Do pai, foi vascaíno
Prevaleceu o Tricolor
Que é o time dessa tua tia

A roda da vida girou
E o menino, homem virou
Seu filho, tão parecido
Por um time não se decidiu
E daí?
Quem sai aos seus...


(Nane - 17/08/2018)

POESIA VIVA


Deixo que meus sonhos
Perdidos em devaneios
Ousem e se misturem
Ao gozo do impossível

Vivo sim, a realidade
Quase sempre dura 
Mas são meus sonhos
Quem amparam meu viver

Se ficção ou fantasia
Pouca diferença faz
Importa na real
Que sigo meu caminho

Paralelas tão distintas
De mãos dadas com meu destino
Preconizado e certeiro
Na jornada de meu espírito

Cada pedra no caminho
Retiro sem nenhuma pressa
Por saber que é mais um degrau
Da minha própria evolução

Me consola essa certeza
Do saber que nada é em vão
Se Deus é o meu criador
Sou eu o sinônimo do seu amor

Por isso deixo que meus sonhos
Em quimeras e fantasias
Se transformem no impossível
De me fazer rabiscar...poesias

(Nane - 17/08/2018)




quarta-feira, 15 de agosto de 2018

VERSOS AO VENTO

Solto no ar meus versos
Que se nada dizem
Se calam na infinitude
De meus pensamentos

Deixo que falem por mim
Mesmo que apenas em mim
Quando transbordam de mim
E se materializam na escrita

São versos contidos e serenos
Ou incontidos e bravios
Nascidos de um íntimo desconhecido
Tão cheio e tão vazio

Solto no ar meus versos
Para que se vão ao encontro de um tudo
Na leitura audaciosa
Que não os relegue ao nada

Deixo que falem por mim
E por todos que os tomam para si
Numa vibração de sentimentos
Contidos ou incontidos

São versos contidos e serenos
Revirados em maremotos de emoções
Adormecidos e ensandecidos
Despertos na autoria da poesia

Solto no ar meus versos...

(Nane - 15/08/2018)


segunda-feira, 13 de agosto de 2018

GLÓRIA A DEUS

Glória vos dou
Deus de todas as coisas

De todos os homens
De todos os mundos

Bênçãos te peço
Em todos os momentos
Para que nos guie
Nos proteja e nos guarde

Que a nossa fé
Seja regada
Pela tua força
Em nós implantada

Que teus anjos nos amparem
Em nossa caminhada
Com as mãos entrelaçadas
No percurso de nossa jornada

Que venha a nós o ideal
Dos teus desígnios traçados
E que seja real a nossa vontade
De seguirmos pela tua estrada

Senhor de todos nós
Em tuas mãos entrego meu destino
E os daqueles que juntos comigo estão
Rumo a sua direção

Que assim seja por todo o sempre
Amém!

(Nane - 13/08/2018)

VERDADE DE UM QUERER

Teu nome, me diz
Para que eu entenda
Toda essa angústia
Refletida no olhar

Tua sina, qual será
Além da aflição
Desdenhada, mas real
Estampada em tua face

Tua loucura escondida
Sob a sanidade disfarçada
Que permeia teus dias
Me diz, no que vai dar

Teu querer fragilizado
Fingido e inconstante
Derrubado pela escória
A que te submetes

Teu eu tão meu
Evaporando em minhas mãos
Sem que eu possa segurar
Sem que eu consiga te prender

Teu tempo ou meu tempo
Mesmo estando num mesmo tempo
São tempos diferentes
No que temos de tempo

Meu querer fragilizado
Fingido e inconstante
Derrubado pela escória
A que me submeto

(Nane - 13/08/2018)

domingo, 12 de agosto de 2018

MELHOR NÃO SABER

Onde anda você
Que procuro a todo instante
Em todos os becos
Em todas as vielas
Por onde passo
E nunca encontro...

Talvez sejam os locais
Por onde eu ando
Que você não ande
Sequer passe por perto
Daí o nosso desencontro
Pelas esquinas da vida...

Me sinto acuada
Sem saber de você
Perdida e sem ação
Não sei o que fazer
Qual será a direção
Que devo seguir...

Maquio meus problemas
Empurrando com a barriga
Lá na frente há de surgir
A estrada escolhida
Em que eu vou te encontrar
E seguiremos num só caminho...

Ou me perderei num labirinto
Entre os mouros e o minotauro
Sem o fio sequer de um barbante
Que me oriente a saída
Dessa alucinada caminhada...

Me pergunto nessa hora
Por onde anda você
Que preenche de vazio
Minhas noites mal dormidas
Assustadas e aceleradas
Pelo ladrar de cães vadios...

Melhor de nada saber
Por onde anda você...

(Nane - 12/08/2018)





sábado, 11 de agosto de 2018

DE MÃOS DADAS


Não tenho medo de mim
Tão pouco de ti
Apenas me preocupo
Com o nós

Amanhã, não sei o que será
Nosso hoje, tão intenso
Perece no marasmo que tijolo por tijolo
Constrói seu arrimo

Arrimo de um tudo
Que mesmo parecendo um nada
Faz muralha entre nós
Feito as de Jericó

Transpô-las não é fácil
Derrubá-las, quase impossível
Deus, meu Deus
Dai-me forças

Meu ontem e meu hoje
Confundem-se no amanhã
Que no alvorecer
Me desafiará

Não temo meu caminhar
Só não sei onde hei de chegar
As pedras no caminho
Com certeza, vou tirar

Teu cheiro em mim perpetuado
Há de inundar à minha volta
Enquanto serás só lembranças
Até que chegue a hora de voltares

Então o nós sobrepujará
Ao eu e ao tu tão dispersados
Numa estrada onde só é possível 
De mãos dadas essa caminhada...

(Nane - 11/08/2018)



quinta-feira, 9 de agosto de 2018

ONDE O SONHO SE PERDEU


Tão vasto tempo
Sem tempo nenhum
Refletindo no retrovisor
Tanto tempo perdido

Tempo em que a semeadura
Eclodiu na flor da terra
Demarcando seu espaço
Crescendo com seu vigor

Quando ainda infante
Julgava ser dono do mundo (inteiro)
Ou forte o bastante
Para dominá-lo

Mas tão vasto tempo
Nunca foi em vão
Passa amiúde, minando
Raízes tão profundas

Cresce, com mais e mais vigor
Aflorando a juventude
Primaveril e viril
Disposta às conquistas

Nos campos orvalhados
O frescor da ousadia
Permitido a todos os jovens
Desafiadores do tempo

Mas tão vasto tempo
Se cala e aprecia
Com a paciência peculiar
De quem sabe que vai ganhar

No auge do seu vigor
Amadurece seus ideais
Frutos de suas escolhas
Prontos a semear

Espalha sua essência
Levada e regada
Pelo vento e pela chuva
Pronta a germinar

Mas tão vasto tempo
Cíclico, torna a cuidar
Para que nada atrapalhe
Seu ato de passar

Um cansaço sibila
Apesar da força que ainda vigora
No cuidar do novo infante
Que o olhar revigora

O retrovisor denuncia
A estrada percorrida
As marcas do caminho
A vida, fugindo de mansinho

Mas tão vasto tempo
Calado, não se pronuncia
Apenas aguarda a hora
De mais um se tornar...poesia

(Nane - 09/08/2018)




quarta-feira, 8 de agosto de 2018

UM AMOR DE POESIA

Ah...não consigo te imaginar
Sem teu príncipe encantado
Que mesmo sem conhecer
Me é tão próximo

Ah...não sei mais sobreviver
Sem teu bom dia, boa tarde e boa noite
Ao soar o toque virtual
De nossa amizade tão plena

Ah...que sorte a minha
Te encontrar no balcão de um bar
Onde eu escrevia e você lia
Servidas pelo Dito (ou não dito?)

Ah...que saudades daqueles tempos
Onde a madrugada se fazia dia
E nós, embaladas pela poesia
Adormecíamos na alvorada


Ah...minha amiga tão querida
Faz do teu dia poesia
Já que junto do teu amor
São os donos  da autoria

Felicidades Bê!

(Nane - 08/08/2018)


segunda-feira, 6 de agosto de 2018

A VENDEDORA DE SONHOS

É isso aí
Uma "vendedora" de flores
Semeando sonhos
Colhendo amores

É isso aí
Loira do olho azul
Com sua cesta por um fio
De amor no sul

Eu não vou parar de rabiscar
O lirismo em teu olhar
No bucólico dos séculos
Que a foto te remete

Não vou parar 
De parabenizar
A loira boazinha
Com sua cesta de florzinhas

Que hoje aniversaria
E é dona dessa empatia
Vinda de outros tempos (orkut)
Num passado remoto (cut cut)

É isso aí
Passou o tempo
Ficou a amizade

Na cesta por um fio
De amor...

(Nane - 06/08/2018)

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

SINOPSE DE UMA TRAVESSIA

Abrem-se as cortinas
E tuas retinas vislumbram
Um horizonte longínquo
Mas possível...

Vibra o amor
Impulsionando os remos
No barco (dantes) à deriva
Rumo à terra à vista

Verdade seja dita
A solidão te faz companhia
Na clausura de teus desenganos
Em teu mar de tormentas

Mas na certeza da mansidão
Que por certo há de vir
Teus braços remam fortes
Abastecidos pela esperança

A fé que te conduz
Pouco se importa com tua crença
Sorri apenas e te embala num abraço
Emanando sobre ti a sua luz

Abrem-se as cortinas
E tuas retinas vislumbram
Um horizonte longínquo
Mas possível...

(Nane-03/08/2018)




quinta-feira, 2 de agosto de 2018

ECLIPSE DE MIM

A noite e o dia
Revirados em suas órbitas
Tonteiam minha mente
Embriagando meus sentidos

Eclipses amiúdes
Dão vazão à confusão
Tornando dia noite
Roubando a luz da lua

O avesso interfere
Revelando o anormal
Da cobrança social
Que a sociedade não digere

A escrita se embaralha
Em palavras desconexas
Perturbadas pela ânsia
De se fazer virar poesia

Ideias escrachadas
Poluem minha mente insana
Que teima em viver à noite
O que se vive no dia

Se mais nenhum eclipse vier
Dormirei o dia inteiro
Quando enfim, a noite chegar
Voltarei a despertar

(Nane - 02/08/2018)