sexta-feira, 25 de setembro de 2015

UMA LÁGRIMA QUE CAI



Ah...essa lágrima adormecida
No côncavo da tua face
E eu...fotografando
Teu sono tão raro

Observo teu semblante cansado
A pele seca e quebradiça, feito papel
O que será que sonhas (se é que sonhas)
Enquanto adormeces...

Terno momento de paz entre nós duas
Quando enfim, adormeces
E me deixa adormecer
Do meu delírio extravagante

Logo, logo vais me chamar
Gritar meu nome e exigir
Que te traga a água aplacadora
Da sede e da vontade de sentar

Eu devia adormecer
Feito a mãe de um bebê
Mas o desgraçado do sono não vem
E fico a lhe observar

Onde estará a minha mãe
Outrora tão amiga
Disposta a tudo por mim
E eu, sem nada entender

Quem é essa pessoa
Que me cobra e me exaure
Quem vai cuidar de mim
Dorme mãe...feito criança

A lágrima escorrida
Secou e ressequiu
Vedou a abertura de teus olhos
Já não vês o que deveria

Bobagem dizer
Que essa noite eu poderia adormecer
E descansar...
Você dormiu feito criança

A alvorada se aproxima
Meus olhos se cansam
Você desperta
Sigamos a nossa rotina...

(Nane-25/09/2015)



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