segunda-feira, 28 de setembro de 2015

EFEMERIDADES



Divagando em meus rabiscos
Fui nômade, dalit, poeta
Proibido-me o real
Fez-se em mim a fantasia

Por reinos e espaços
Mares e montanhas
Continentes e planetas
Viajo a todo instante

Sou o efêmero de mim mesma
Nos humores dos momentos
Quando no meu céu se faz inferno
E o amargo se torna doce

Nas entrelinhas me refaço
Misturando a lucidez
Com a insanidade fugaz
De um poema entranhado

E quem poderá dizer
Que não vivo a quimera
Se de mim nada se sabe
Além do que eu mesma sei

Ah...as palavras inventadas
Sabem mais que a realidade
Suposta e experimentada
Pela vida consumada

Viajo sem passaporte
Para bem além do universo
Onde o nada se faz tudo
E o tudo não é nada

E quem poderá dizer
Que não é real minha visão
E me chamar de louca
Por viver minha ilusão

Divagando em meus rabiscos
Sorrio dos meus delírios
Ao perceber que em palavras
Engano a vida (real)

(Nane-28/09/2015)



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