sexta-feira, 11 de setembro de 2015

À ESPERA DA ALVORADA



As sombras velam por mim
Na estrada que sigo só
Por vezes o sol as espantam
Mas elas teimam em me servir

Geralmente, pela manhã
Escuto o cantar da passarada
Numa louca revoada
Em busca do alimento

Seres tão pequenos e desprotegidos
Saudando com seus trinados
Mais um dia que amanhece
Sem saberem se ele (o dia) vai anoitecer

Hoje ganhei da minha gata
Um filhote de bem-te-vi
Que agora adormece numa caixa (de sapato)
À espera da alvorada

Ficará aprisionado
Até que aprenda a voar
E se tudo der certo
Voará rumo a liberdade (um dia)

Minhas sombras velam por mim
Enquanto aguardo a abertura
Da tampa da caixa que me aprisiona
Na metamorfose do meu viver

Um dia "voarei" também
Rumo a uma liberdade
Onde as sombras serão refresco
Ao cansaço das minhas asas

Um dia minha alvorada
Será pleno e festivo
Feito o da passarada
Numa louca revoada

(Nane-11/09/2015)

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