terça-feira, 4 de junho de 2013

Mel com cerveja

Na manhã que se fez noite
Me vesti de ilusão
Fingi ser o que não sou
Apenas para não ter desilusão

Na noite que se fez dia
Me vesti de ironia
Escancarei no meu avesso
Toda minha forma de poesia

Moça boa e de família
Escrevi com maestria
Bucólica e inocente
Feito boa gente

Puta e vadia
Escrevi malabarismos
Na alcova de perdidos
Que adormecem no dia

No amanhã que se fez ontem
Esperei ensandecida
O beijo da bela adormecida
Que se achava, de fato, querida

E no ontem do amanhã
Rasguei todos os meus escritos
Comi-os com mel
(Acompanhado de cerveja)
E vomitei todo o meu fel

(Nane-04/06/2013)








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