sexta-feira, 28 de junho de 2013

Climatério (1)

Ah...
Deixa-me viver o climatério
Sem as dores que cortam meu abdômem
Sem as regras que ditam meus dias
Sem as lágrimas que correm em minha face

Deixa que escorra para sempre
O sangue que jorra de mim
E faz dos meus olhos castanhos
Púrpura chorosa e sem fim

Essa idade maldita que dita
Os anos perdidos no tempo
Em que tentei ser feliz
Faço o que?...Me diz

Te vejo tão jovem 
E eu aqui...sem poder reproduzir
Que direito me assiste
Nada mais posso pedir

Então vai tu de mim
Esquece tudo o que fomos
Jogua a pá da cal
Vivemos...nada mais há

Deixa-me aqui
Vou viver do jeito que puder
Uma injeção na veia há de aplacar
A dor do climatério
E cessar o sangue
Que não mais quer fluir

(Nane-28/06/2013)

Um comentário:

  1. Saber envelhecer é a arte que nem os poetas sabem viver...

    Amei o poema!!
    Bjs

    Adri

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