Alguém me disse
Que faço poesia
De tudo e de todos
Por não ter o que fazer
Um cão vadio
Um gato no telhado
Uma musa esplendorosa
A terra molhada
Talvez a noite enluarada
O céu na madrugada
O dia ensolarado
A chuva fora de hora
No braseiro espetados
Pedaços temperados
Clientes apressados
Parados pela fome
A cadeira vazia convida
Um bate papo enquanto espera
A farinha cobrindo tudo isso
A grana no caixa do carrinho
Não me atei para isso
Mas quem sabe uma poesia
Ajudaria a digerir
Apuraria o paladar
Poeta precisa comer
Tem que trabalhar
Poesia tem que se espalhar
Ainda que seja espetada
A vida não pode parar
O show tem que continuar
Eis aí uma poesia
Gastronômica e com pouca rima
(Nane-21/10/2017)
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