terça-feira, 28 de junho de 2016

SOLITUDE

Debruçada no alpendre da janela
Olhando por sobre as copas das árvores
Margeando a Avenida principal
Observava, sem nada pensar, o mar bravio

Talvez quisesse entrar nele
Mas a brisa da noite desencorajava
Até de perambular pela rua
Na frieza da noite jogando seu manto estrelado

Fixava o olhar sem nada enxergar
Bastava o barulho daquele mar
Para aquietar a alma desenfreada
Querendo se libertar

Nada mais ouvia, além do mar
As buzinas (dos carros), as vozes, os latidos
Tudo se calara como que por encanto
E os ouvidos ouviam só o que queriam

Abraçado pela negritude da noite
O mar, dantes verde ou azul
Agora se fazia negro
Lamentando suas ondas quebradas

Num ir e vir sem fim
Sem ir a lugar nenhum
Sem repetir coisa alguma
Numa rotina sem mesmices

A madrugada invadiu de silêncio
Enquanto os notívagos se recolheram
Deixando no ar apenas o som do mar
E eu, no alpendre da janela a escutar

(Nane-28/06/2016)

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