sábado, 4 de junho de 2016

O ORÁCULO


Um sonho ou um instante
Não sei precisar
Só o azul cristalino daquele mar
Observado do alto dos rochedos
Misturando a maresia
Ao odor do vinho tinto
Foi a certeza em meus sentidos

Oráculos e acrópoles em picos de montanhas
O burburinho de artistas num anfiteatro
A chama acesa na oliva verdejante
Já transformada em fino óleo
Enquanto deuses se embriagavam
Em festas profanas regadas de sexo

Parto resoluta na busca do que sou
Ou mesmo do que terei
Às profecias que lá no pé do Parnaso
Espero ouvir, entender a acatar
Mas só ruínas restaram e as vozes se calaram
Frustrando expectativas do que virá...em mim

Tão real e perturbante
Que o vinho ainda embriaga
As narinas pelas quais acessam o cérebro
Ainda confuso ao perceber que tudo
Foi um sonho e não um instante

(Nane-04/06/2016)


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