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segunda-feira, 27 de junho de 2016
NUMA NOITE DE SÃO JOÃO
Havia em mim uma poesia
Perdida em meio à rotina
Dos dias destilados na cevada
Tonteados à 5% de etílico
Promessas vãs não cumpridas
Fazem de meu charco chafurdado
A indignação dos meus desígnios
Pré estabelecidos e não cumpridos
Espinhos de palavras que ferem
As certezas rasgadas feito folhas
Da pipa de seda bailando no ar
Voando em direção ao nada
Caia sobre as águas salgadas
Do mar revolto na ressaca
E se consuma fatidicamente
Sumindo afogada à luz do dia
Suassuna no seu auto compadecido
Me diz que é assim, sem saber porquê
Surrealismos num Da Vinte de Sistina
Refazendo enigmático Michelangelo
Faz da poesia mera quermesse
Na noite de um São João emoldurado
Nas telas da fumaça de uma fogueira
Do frio aquecido num quintal
Havia em mim uma poesia
Na lenda de escritas digitadas
Regadas ao teor alcoólico e gelado
De um último momento inspirado
(Nane - 27/06/2016)
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