segunda-feira, 6 de junho de 2016

MUDANDO O RUMO DA PROSA



E meu neto chorou
Ao falar-me da morte
Inevitável que virá
Pelo que ouviu falar
Com seus ouvidos curiosos

Soube que a velhice
Leva quem fica velho
E num apelo soluçante
Me pediu pra não morrer

Disse a ele então
Que não envelheceria
Prometendo sub judice
Que assim não morreria

Ele então se debulhou
Num desespero incontido
E mais ainda chorou
Beirando o desespero

Estupefata e sem jeito
Sem saber como consolá-lo
Perguntei o motivo da choradeira
E ele muito franco: - Mas você já está velha, vovó...

(Nane- 06/06/2016)


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