quinta-feira, 5 de julho de 2012

Joguete dos deuses



Maldito Zeus, que faz de mim Prometeu
Permitindo a ave de rapina
Dilacerar-me as entranhas
Abertas e sangrentas
No corpo inerte e acorrentado
Exposto ao bel prazer
Da vontade e da sede
Do bico de navalha
Torturante e devastador...


Panaceia em seu caldeirão
Criou extratos e soluções
Me entupiu de chás e infusões
Que só conseguiram piorar
As dores carniceiras
Nas entranhas abertas ao vento
Oferecidas ao sacrifício
De um amor não correspondido...


Um centauro bondoso
Também tentou aliviar
Quíron, grande doutor
Tira de mim essa dor
Seca-me as entranhas sangrentas
E cicatriza essa ferida
Que por ciúmes se abriu
E Hera me induziu...


Atena, bela Atena
Vem me fazer companhia
Me dá um pouco da sua sabedoria
E que sua prudência me traga a calmaria
E minha dor, por favor...alivia


(Elian-05/07/2012)

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