segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Cansaço do nada

Bateu um cansaço
Que o corpo não justifica
Mas parece retorcer
Em todas as suas fibras

Suspiros profundos
Soluços indevidos
Olhares perdidos
Vontades esquecidas

Ecoou um silêncio
Rugiu um absolutismo
Um vazio tão oco
Nada mais importa

Um menino brinca numa poça de lama
Um sorriso furtivo no canto da boca
Um olhar perdido no espaço
Adentrando no portal do passado

Os olhos piscam marejados...cansados
Abruptamente separam-se as dimensões
O menino na lama se suja e molha
A realidade nua e crua volta à tona

Entre quatro paredes na noite fria
Uma TV não prende o raciocínio
O cansaço do nada persiste
A dor sem analgésico insiste

Suspiros profundos
Soluços indevidos
Olhares perdidos
Vontades...esquecidas

(Nane-17/11/2014)

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