Joga meu calhamaço de versos
Dedicados uma vida inteira
Ao desamor do meu amor
Com suas próprias mãos
Na cova que me coube por morada
Se nunca te disseram nada
Jogue-os para que se calem
E me sirvam de coberta
Contra os vermes que me rondam
Ansiosos pela putrificação de mim
Morrer, não morrerei
Só meu corpo decomposto perecerá
E minha vingança será viver
Ainda que por ínfimas lembranças
No teu próprio viver
Forre com eles o ataúde
Que lacrará para sempre a imagem
De quem te deu o maior de todos os amores
E que mesmo morto o corpo
Levou consigo esse amor para a eternidade
(Nane - 14/03/2014)
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