quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O avesso de mim

Vou romper limites
Que me prendem e me embaraçam
No avesso do meu eu
Vou escarrar e cuspir
A ditadura que me cega
E me faz pastar
Sem sair do lugar
Prisão que eu criei
Ao me fazer dependente
Ao perder a identidade
Ao me enfraquecer...
Vou deixar a luz do sol
Entrar e me aquecer
E fazer derreter
No avesso do meu eu
As teias que teci
Nas tramas que eu criei...
O caminho é complicado
Cheio de percalços
Falta ar e até vontade
Mas vou escarrar e cuspir
Tudo isso de dentro de mim
Não importa o flagelo
Vai valer a pena
Quando chegar o dia
Em que a minha poesia
Não falar mais de agonia...
Vou rasgar minhas vísceras
Para que em plena primavera
Eu pigmente de clorofila
Na luz que há de brilhar enfim
No avesso de mim...

(Elian-15/08/2012)



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