domingo, 17 de maio de 2020

DE VOLTA PRA VINÍCIUS (COMUNIDADE)



Lembra teu copo

Na mesa ao lado da minha
Já quase vazio
Anunciando a tua saída...

Num gesto transloucado
Ergui a garrafa quase cheia

Na sua direção
Num convite à ficar

Sequer seu nome eu sabia
Mas gostava do que via
Seu sorriso sem jeito me tocou
E você, de mim se aproximou

Dito, de um jeito maroto
Te trouxe um copo limpo
Você se sentou ao meu lado
E a amizade começou

Outros amigos se aproximaram
Sem nenhuma cerimônia
Juntaram-se as mesas

E a família se formou

Poetas e bebedores
Notívagos boêmios
Tocadores de violão

Cantores de vozes duvidosas

Noite e noites afins
De conversas jogadas fora
Onde a classe não contava
Importava a irmandade

Entre vinhos e cervejas
Conhaques e champagne
Tulipas ou taça de cristal
A noite foi sempre uma criança

A cava...ah, essa era sagrada
Os poetas, em sua maioria fumantes
Se recolhiam no cantinho
E traziam seus rabiscos

A conta era dividida
Quem não tinha grana
Pagava com rabisco
Deus! Como eu escrevia

Por onde andará o Dito
Meu velho amigo companheiro
Que aqui, nesse lugar
Com a gente...merece estar

Feliz por estar de volta
De onde nunca deveria ter saído
Feliz por ver todos vocês
Meus queridos e velhos amigos

(Nane - 17/05/2020)

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