Busco a inspiração
Na noite fria, mas estrelada
Acho que sem lua
Não fui lá fora olhar
No silêncio da madrugada
Escuto rumores da vida
Um cão que ladra (nunca entendi esse termo)
Um vento que balança as folhas
Um gato no telhado
A poesia não tem um corpo
Só palavras encontradas
Em meio à madrugada
Onde o sonho não faz morada
Na minha falta de sono
Talvez o mar, se possível fosse ouvi-lo
Me trouxesse inspiração
Caminhar na areia branca
Afundando meus pés descalços
Sem o medo da solidão
Por onde anda a poesia
Que por tantas vezes me levou
Ao sabor de uma ebriedade
Por mares nunca dantes navegados
Pelo corpo, tão concreto e pesado
Às vezes, não é fácil rabiscar
Incita a mente uma estrofe
Lembra a razão quem ela é
Mente a mente deturpada
Esquiva-se da mim a poesia
Teimo ter que escrever
Mas nada sai como devia
Um monte de palavras sem sonoridade
Quase que por obrigação
De rabiscar uma poesia
Mas a poesia nem sempre deve ser escrita
Tem dias que apenas deve ser sentida
Hoje, nessa madrugada reflexiva
Tudo, tudo o que eu queria
Era ser uma poesia
(Nane-12/05/2018)
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