sexta-feira, 18 de maio de 2018

O SONO DO MAR

Noite silenciosa e sem vento
Sem tantos pensamentos
Parados num só foco
Bem para lá do horizonte

As águas do mar parecem adormecidas
Como numa canção de ninar
No balanço de uma rede
Num eterno ir e vir

Não há arrebentação
Só uma marola espalhando a maresia
Espelhando a areia salpicada
De estrelas azuladas e brilhantes

É noite de preguiça
Minha e do mar
Por isso penso pouco
Já que ele não vai levar

As pedras não sentem seu abraço
Descansam no seu embalo
Se deixam molhar sem reclamar
Da fúria quando são esculpidas

Me sinto relegada a observar
A indiferença do mar
Nesta noite de monotonia
Em que ele parece não me perceber

Ancestral amigo
De tantos e tantos ventos 
Condutor de gerações de segredos
Meus e de outros tantos

O mar não está para mim
Nesta noite fria e sem vento
Até mesmo o horizonte se perdeu
Na escuridão do seu adormecer

(Nane - 18/05/2018)

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