Noite silenciosa e sem vento
Sem tantos pensamentos
Parados num só foco
Bem para lá do horizonte
As águas do mar parecem adormecidas
Como numa canção de ninar
No balanço de uma rede
Num eterno ir e vir
Não há arrebentação
Só uma marola espalhando a maresia
Espelhando a areia salpicada
De estrelas azuladas e brilhantes
É noite de preguiça
Minha e do mar
Por isso penso pouco
Já que ele não vai levar
As pedras não sentem seu abraço
Descansam no seu embalo
Se deixam molhar sem reclamar
Da fúria quando são esculpidas
Me sinto relegada a observar
A indiferença do mar
Nesta noite de monotonia
Em que ele parece não me perceber
Ancestral amigo
De tantos e tantos ventos
Condutor de gerações de segredos
Meus e de outros tantos
O mar não está para mim
Nesta noite fria e sem vento
Até mesmo o horizonte se perdeu
Na escuridão do seu adormecer
(Nane - 18/05/2018)
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