Olho meu cigarro
Descansando no cinzeiro
Enquanto a fumaça
Insinua formas efêmeras
Penso e digito
Nos prós e contras
Enquanto a inspiração
Vagueia na fumaça
Invejo sua sina
De simplesmente sumir
Esvaindo-se no ar
Poluído
É poeta a fumaça
Que faz de mim cinzeiro
Ao deixar seu cheiro
Em minha boca, meu corpo, meus cabelos
Fumante inveterada
Assumo todos os contras
Mas na hora de escrever
É ele (o cigarro) o meu camarada
Ninguém me quis
E jogo nele a culpa
Também eu não quis ninguém
E a culpa é dos que não o suportam
Seu cheiro entranhado
Fez de mim amante suicida
Então quando eu morrer
Ponham-no perto de mim
Olho a fumaça se esquivando
Numa corrente de ar que entrou
Me pergunto para onde ela foi
Meu cigarro do momento...acabou
(Nane-05/04/2016)
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