terça-feira, 5 de abril de 2016

AMANTE SUICIDA

Olho meu cigarro
Descansando no cinzeiro
Enquanto a fumaça
Insinua formas efêmeras

Penso e digito
Nos prós e contras
Enquanto a inspiração
Vagueia na fumaça

Invejo sua sina
De simplesmente sumir
Esvaindo-se no ar
Poluído

É poeta a fumaça
Que faz de mim cinzeiro
Ao deixar seu cheiro
Em minha boca, meu corpo, meus cabelos

Fumante inveterada
Assumo todos os contras
Mas na hora de escrever
É ele (o cigarro) o meu camarada

Ninguém me quis
E jogo nele a culpa
Também eu não quis ninguém
E a culpa é dos que não o suportam

Seu cheiro entranhado
Fez de mim amante suicida
Então quando eu morrer
Ponham-no perto de mim

Olho a fumaça se esquivando
Numa corrente de ar que entrou
Me pergunto para onde ela foi
Meu cigarro do momento...acabou

(Nane-05/04/2016)





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