segunda-feira, 28 de março de 2016

LEMBRANÇAS



Vago
Sem rumo pelo espaço
E o abandono invade
Onde antes a vida imperou
Nas vozes caladas
Sepultadas

Observo inerte e triste
O posto de outrora observador
Vazio, sem a cadeira de madeira
Cruzando meu olhar com aquele outro
Na memória de minhas lembranças

No mármore polvilhado de farinha
A batata quente amassada
As mãos ligeiras enrolando tiras
A faca recortando pedacinhos
Na boca, o gosto de duas saudades

Vozes gritam em meus ouvidos
No silêncio envolvente desse dia
Espectros de vivos e mortos
Relembrando tempos idos
Que não voltam mais
Estampados onde não mais existe
O que um dia foi um lar

Algumas gotas frias
Fazem com que eu volte a realidade
Retiro roupas do varal, e corro
Meus fantasmas também se vão
A chuva cai mansa e misturada
Com lágrimas vertentes dos meus olhos

(Nane-28/03/2016)







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