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quarta-feira, 9 de março de 2016
HORIZONTE OBSCURO
Busco no horizonte
Ao entardecer
O brilho que me iluminava
Vindo do teu olhar
Mas teus olhos (para mim) se fecharam
Iluminam agora outras paragens
Deixando-me na escuridão
Do meu próprio olhar
Calo-me num grito desesperador
Dos que sentem sem sentir
A força de um olhar enigmático
Fechado num horizonte perdido
Escuto na força do mar
Meu próprio lamento contido
Na canção de um adeus
Sem prévia da mais profunda escuridão
O vento é brisa salpicante
Ferindo com areia meu olhar
Misturando os sais ardentes
Nos olhos marejados e perdidos
Lá longe uma luzinha
Veleja de encontro ao horizonte
Desaparecido na imensidão
Mergulhado na escuridão
Eis aí toda a questão
Já não procuro mais o teu olhar
Que ao se fechar me fez acostumar
A perder-me num horizonte infinito
(Nane-09/03/2016)
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