sábado, 18 de janeiro de 2014

Por aí

Sou poeta sem vergonha
Que vive na madrugada
Feito vampiro de palavras
Quentes e adocicadas

Bebo cada sílaba
Num copo de cerveja
Que se embriaga
Inspira

Notívaga assumida
Desapareço no fog da noite
Sem me importar com a madrugada
Disposta a me consumir

Basta um guardanapo
No balcão em que bebo
Para que surja um rabisco
De improviso

Todas as minhas dores
Todo o desencanto
Toda a tristeza
Toda a beleza

Expostos no balcão de um bar
Transformados em poesia
Sob o efeito da cevada
Fermentada

Sou poeta da madrugada

Destinada à melancolia
Embriagada de poesia
Sem nenhuma harmonia

(Nane - 18/01/2014)



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