Maritacas barulhentas
Sobrevoam minha horta
Fazendo algazarras
Gritando, cantando, sei lá
Pousam na mangueira
Atacam a amoreira
Miram o mamoeiro
Mas temem minha presença
A sabiá laranjeira
É bem mais atrevida
Traz a família inteira
Pra ciscar nos meus canteiros
(Pobres das minhocas)
O sanhaço é mais eletivo
Diria até metido
Gosta das goiabas
E das minhas acerolas
Mas é o bem-te-vi
O maestro da passarada
Logo no finzinho da madrugada
Convoca a orquestra
E desperta o alvorecer
Lá vem a pardalzada
Quase sem atrativos
São livres e sem preocupações
Comem de tudo
Só temem o gavião
E na hora do crepúsculo
Parecem sempre em oração
Haja ouvido para tanta barulhada
Quando a noite chega
O silêncio denuncia
Que todos adormeceram
Mas eis que surge um pio
Lá pras bandas do pomar
É a visita solitária
Da caçadora de morcegos
Velha amiga corujinha
(Nane - 15/08/2013)
Nenhum comentário:
Postar um comentário