domingo, 23 de agosto de 2020

LAPIDANDO AS PEDRAS



 Pisei em tantas pedras

Sangrei meus pés

Praguejei e as amaldiçoei

Pelos eternos obstáculos

Em meu caminho espalhados


Procurei uma relva macia

Para me servir de passarela

Num desfilar suave

Na caminhada perene desejada

Em busca da eternidade


Sem perceber a validade

Nos ensinamentos da qualidade

Dos valores existentes

Em toda pedra no caminho

Embasando alicerces


A escolha do caminho

Que só a nós é permitida

Será percorrido intermitente

Embora contínuo

Com hora de chegada


Nosso corpo edificado

É moradia de um espírito

Errante e aprendiz nômade

Buscando evolução

Por vezes na relva macia


Sem saber que são as pedras

A base do firmamento

Que enfrentarão os ventos

As chuvas e o frio

Sem se deixar esmorecer


As pedras são dúbias

Deixando claro a intenção

De quem as usam

Se para o bem ou para o mal

É seu o caminhar


A relva macia

Que conforta nossos pés

Por vezes nos afundam

Em poças escondidas

Sujando de lama nosso corpo


Haverá sempre uma pedra no caminho

Que se lapidada, se fará preciosa

Haverá sempre a relva macia

Que se não bem cuidada

Se tornará caminho pantanoso


(Nane - 23/08/20)








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