segunda-feira, 1 de junho de 2015

ONDE ESTÃO OS MEUS FANTASMAS



Onde estão as vozes
Que se calaram 
E já não me questionam
Nos meus lapsos de memória
Dos devaneios que me faziam
Escrever poesias

E as sombras que dançavam
Alheias as minhas vontades
Pelas madrugadas frias
E que de alguma forma
Me faziam companhia

E os delírios nos desejos
Que eu gostava de cultivar
Para que me sentisse ainda viva
Mesmo que fossem só quimeras
Impossíveis de se realizarem

E a capacidade de a tudo isso transformar
Em palavras rimadas
Dando a falsa impressão
De que eu era poeta
No vale da minha imaginação

Por onde ando eu
Que vago entre a ilusão
E a dura realidade
De um despertar sem expectativas
De nada ver mudar

E essas linhas que se embaraçam
Formando teias que enclausuram
E sufocam minha mente
Num emaranhado latente
Sem palavras vigentes

Os meus fantasmas se foram
Me deixando sozinha
Na realidade fria e sem opção
De sonhos ou medos
Ou nenhuma outra sensação

Calaram-se as vozes
Sumiram as miragens
Foram-se as vontades
Restou um branco na escuridão
Do meu caminhar

(Nane - 01/06/2015)

*Arte de: José Pagano

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