quinta-feira, 25 de junho de 2015

O PREÇO DA FAMA



Não me apego no seu desapego
De gostar ou não gostar
Opinião é coisa efêmera
Gosto do bom e da bosta

Olha a andorinha voando
De encontro ao sol (onde estiver)
Some se o inverno é rigoroso
Voa livre sem culpa alguma

Morre (por vezes) de frio
Mas não cultiva o ressentimento
Se não dá pra fazer verão
Voa calada para outro lugar

Busco em meio a minha amargura
O que me restou de docilidade
Melhor que usar da docilidade
Para espalhar minha amargura

O corvo é ave de rapina
Por não ter trinado exuberante
Voa livre, enquanto o canarinho
Aprisionado, expõe seu lindo canto

A inveja pressupõe a presunção
Do achismo de si próprio
Altiva conjectura da soberba
De um alpiste dosado no cocho

Agora rabisco sem pretensão
De rimar ou de parar numa revista
E se alguém disso gostar
Leia, aplauda e se divirta

Se não gostar
Não leia, não comente, ignore
Críticas até são bem vindas
Imbecilidades, me perdoem
Vão se fuder


(Nane - 25/06/2045)

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