Ou se me acostumei
O fato é fato
Você se foi
O vazio que ficou
Encheu de forma tal
Que o espaço se completou
Na plenitude da saudade
Ainda me pego te buscando
Em gestos e manias rotineiras
Surpreendendo meus próprios sentidos
Revelados em suspiros perdidos
Já vislumbro a docilidade
Nas lembranças repentinas
Sem tanta dor ou revolta
Da partida tão sentida
Ainda te vejo à porta da casa
Sentada ao sol esperando
O abrir da minha porta
Para o bom dia matinal
Ainda escuto seus passos
O barulho da vassoura na mão
Varrendo o quintal apressada
Reclamando das folhas caídas
A casa fechada (quase sempre)
Na mais completa escuridão
Ainda faz doer o coração
Repleto do vazio que ficou
Mas a certeza da presença
Ainda que encoberta pela visão
É sentida pelo acalmar do coração
Quando sorrio ao te lembrar
Já não sei se é lamento
Ou apenas conformismo
O fato é que (obrigada) aceitei
A ausência de te ver
(Nane-13/06/2015)
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