sábado, 13 de junho de 2015

PLENITUDE DE UMA SAUDADE

Já não sei se é lamento
Ou se me acostumei
O fato é fato
Você se foi

O vazio que ficou
Encheu de forma tal
Que o espaço se completou
Na plenitude da saudade

Ainda me pego te buscando
Em gestos e manias rotineiras
Surpreendendo meus próprios sentidos
Revelados em suspiros perdidos

Já vislumbro a docilidade
Nas lembranças repentinas
Sem tanta dor ou revolta
Da partida tão sentida

Ainda te vejo à porta da casa
Sentada ao sol esperando
O abrir da minha porta
Para o bom dia matinal 

Ainda escuto seus passos
O barulho da vassoura na mão
Varrendo o quintal apressada
Reclamando das folhas caídas

A casa fechada (quase sempre)
Na mais completa escuridão
Ainda faz doer o coração
Repleto do vazio que ficou

Mas a certeza da presença
Ainda que encoberta pela visão
É sentida pelo acalmar do coração
Quando sorrio ao te lembrar

Já não sei se é lamento
Ou apenas conformismo
O fato é que (obrigada) aceitei
A ausência de te ver

(Nane-13/06/2015)




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