terça-feira, 28 de abril de 2015

LAPSOS DE MEMÓRIAS



Olhando um nada tão distante
Procuro por um só ponto
Que me traga de volta
As lembranças de mim.

Um vazio tão cheio
Circunda meu ser
Perdido num nada
Vagando sem esteios
Feito alma penada
Em meio à pessoas
Tão ansiosas como eu
E desconhecidas.

Já fui alguém
Que amou e foi amado
E que agora apagou da memória
Toda a sua história.

A infância perdida
Embora vivida
Guardada em algum lugar
Que não na memória
Ativa em mim.

A mocidade com amigos
Quem sabe, com amantes
Ou mesmo, amores
Também escondida
Num canto qualquer
Da falha memória.

O espelho me diz
Que meu tempo se acaba
Na curva descendente
Do semblante envelhecido
E das mãos enrugadas
Pela maturação presente
E a memória ausente.

Lapsos incandescentes 
Feito estrelas cadentes
Passam e deixam rastros
Dizendo ser aquelas pessoas
Quem dizem que são
Na minha vida vazia
E sem raiz nenhuma.

Demência ou loucura
Sumiu meu legado
Ainda em vida...

(Nane-28/04/2015)




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