segunda-feira, 13 de abril de 2015

DE CASA NOVA



Instala-se a poesia
No bailar dos dedos
Frenéticos e sem freios
No tamborilar das teclas

Já não tem mais a tinta
À borrar a folha branca
No pingar das lágrimas
Que reveste a poesia

Já não enche o cesto
O papel escrito e reescrito
Amassado e embolado
Para depois ser descartado

Basta o toque do dedo
Sem a nostalgia do escritor
Para na tela fria colar
Seus sentimentos em versos

Ainda tenho guardado
Um caderno velho amarelado
Literalmente rabiscado
Com meus garranchos indecifrados

Restou a fumaça do cigarro
E o copo sempre cheio
Enquanto a poesia experimenta
Sua nova moradia

(Nane - 13/04/2015)


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