terça-feira, 30 de junho de 2015

PARABÉNS MARLÚCIA



Foi aí
Sentadas nessa mesa
Que aprendemos e fizemos
As lições de casa

Foi aí
Que aprendi no dia a dia
A te conhecer
E a gostar de você

Foi aí
Que dividiu comigo
Parte da sua rotina
E da sua família

Foi aí
Que nos tornamos irmãs
Estudamos e comemos
Rimos e choramos

Ainda foi aí
Que em anos de outrora
Comemoramos esse dia
Em que você aniversaria

Hoje a vida
Por imposição
Nos distanciou
Mas ficou o amor

E continua sendo aí
O cantinho mais querido
Onde eu guardo as lembranças
Mais queridas de nós todos

Felicidades minha irmã!!!!

(Nane-30/06/2015)

segunda-feira, 29 de junho de 2015

INTERCESSÃO DE MARIA



Tão lentamente
Devagar...é verdade
Mas saindo
Indo embora

Verdade seja dita
Eu nunca estive em ti
E você tão forte em mim
Agora, lentamente se vai

Uma perda
E toda perda dói
Mas você, enfim se vai
Saindo, devagar, de mim

Aplacou a ansiedade
Só por, enfim eu aceitar
Que você está indo embora
E isso é preciso

Já não te procuro mais
E mesmo ainda tendo a primazia
Do primeiro e o último dos meus pensamentos
Já não o domina o tempo inteiro

Nas contas contadas nos dedos
Insisto no pedido da reza
E ela, cansada de tanto me escutar
Parece, resolveu me atender

Não é ladainha
É teimosia
E o melhor pra mim
É te deixar sair de mim

Bem devagar
Mas firme em meu propósito
Vou me despedindo de você
Transformando em carinho o que ficou

(Nane-29/26/2015)


*Arte de: Cimara Cláudia

domingo, 28 de junho de 2015

DOUTOR RODRIGO

E te vi assim
Menino na casca
Germinando e vertendo
Ao M maiúsculo
De homem (Man) e médico

E te vi residindo
Entre cães no subúrbio
De balas perdidas
E boas vindas
À interiorana deslocada

E te vi crescer
Não de tamanho
Mas no carinho e amizade
Do estudante nos corredores
De um grande hospital (H.S.E)

E te vi formado
Homem feito e casado
Pai, marido e Doutor
Menino, homem, amigo
Companheiro de profissão

E te vi assim
Meigo e carismático
Abraçado ao seu desígnio
Por Hipócrates escolhido
Cumprindo sua missão

E te vejo assim
Anjo curador 
Misto de bondade e amor
Dono da minha admiração
Cativo eternamente em meu coração

(Nane-27/06/2015)

sexta-feira, 26 de junho de 2015

UM ANJO PERDIDO NA TERRA

Fez-se no inverno primavera
Quando rompeu o brilho
No sorriso da menina
Nascida no afã da simpatia
Da flor desabrochada em poesia

Ah, nem sei mais onde a vi
Num dia de tempos idos
Num espaço reservado e já perdido
Em comunidades reservadas
Por palavras soltas à bailar

Bendito o dia em que um clicar
Depositou a semente amiga
Fertilizada e germinada
No mais puro dos solos
Oriundos do coração

Quebrando promessas
Escrevo para você
Sem receio nenhum
De não mais rever
Estampado o seu sorriso

Bendito o inverno
Que aqueceu os corações
De quem desfrutou (e desfruta)
Da presença tão querida
Desse anjo primaveril

Parabéns para você
Ou será para mim
Que aprendi a te amar
Sem mesmo nunca ter te visto
E no entanto, poder te abraçar

No seu coração
Guarda o pedaço do meu
Posto que no meu
Tem um lugar cativo
E creia, é todo seu

(Nane-26/06/2015)


quinta-feira, 25 de junho de 2015

O PREÇO DA FAMA



Não me apego no seu desapego
De gostar ou não gostar
Opinião é coisa efêmera
Gosto do bom e da bosta

Olha a andorinha voando
De encontro ao sol (onde estiver)
Some se o inverno é rigoroso
Voa livre sem culpa alguma

Morre (por vezes) de frio
Mas não cultiva o ressentimento
Se não dá pra fazer verão
Voa calada para outro lugar

Busco em meio a minha amargura
O que me restou de docilidade
Melhor que usar da docilidade
Para espalhar minha amargura

O corvo é ave de rapina
Por não ter trinado exuberante
Voa livre, enquanto o canarinho
Aprisionado, expõe seu lindo canto

A inveja pressupõe a presunção
Do achismo de si próprio
Altiva conjectura da soberba
De um alpiste dosado no cocho

Agora rabisco sem pretensão
De rimar ou de parar numa revista
E se alguém disso gostar
Leia, aplauda e se divirta

Se não gostar
Não leia, não comente, ignore
Críticas até são bem vindas
Imbecilidades, me perdoem
Vão se fuder


(Nane - 25/06/2045)

domingo, 21 de junho de 2015

UMA FLOR DE MULHER

Assim
Nas linhas da tua mão
Escreveu o Criador
Poeta por essência
Toda a delicadeza
Que encontrou em uma flor
E fez de ti semente de amor

Assim
Menina mulher senhora
Com seu jeito manso de ser
Raquel Fernandes se faz grande
Senhora mulher menina
Que à gente tanto ensina

Assim
Te fez o Autor maior
Protagonista do livro contador
De sonhos, poesias e histórias
Que espalha e conta com amor
Na tua profissão de professor

Assim
Ditou Deus essas palavras
Para que esta poeta menor
Viesse hoje te abraçar
Com seu pobre vocabulário
Na mais pura intenção
Do desejo de plena felicidade 
Pelo seu aniversário

(Nane-21/06/2015)

quinta-feira, 18 de junho de 2015

CORAÇÃO PENSANTE



Dê ao seu coração
Para que ele tenha sobrevida
Um cérebro
Deixe que ele pense
E não haja por impulso
Feito menino mimado
Querendo o que não pode

Dê ao seu coração
A real dimensão
Do que lhe é permitido
E não o deixe decidir
Sem que esteja atrelado
À quem de fato sabe
O que é o certo e errado

Dê ao seu coração
A medida exata da sua liberdade
De escolher a quem amar
Pesando os prós e os contras
Das consequências vindouras
Por decisões tomadas
Sem o equilíbrio necessário

Dê ao seu coração
Se preciso for
A ordem de só amar
Quem também te ama
Para que ele não pereça
E tão pouco refugue
Num pulsar arrítmico

Dê ao seu coração
O diploma de formando
Na faculdade da vida
Que ensina que o amor
Nada mais é do que o costume
De ter alguém ao lado seu

Dê ao seu coração
A verdade, ainda que dolorida
De que o amor é uma ilusão
Momentos de paixão
E só o que conta é a verdade
Da paz criada na sinceridade
De um amor totalmente programado

(Nane-18/06/2015)

quarta-feira, 17 de junho de 2015

AMOR PERFEITO



Quero nosso amor assim
Exposto e esparramado
Gritado livremente
Aos quatro ventos

Quero mostrar ao mundo

O maior dos meus sentimentos
Sem ter que esconder
Teu nome de ninguém

Ah...e me pedes segredo

Não permites fotos
Torna-te invisível
Quimera minha

Foi só brincadeira

Da tua parte
Amor escondido
Desejos incontidos

Num mundo só nosso

Sem nenhum vestígio
Que por causa do meu querer
Desmoronou, acabou

Inventamos demais

Amamos demais
Cobrei demais
E você brincou demais

Não quero mais nada

Que não seja concreto
Firmado e cimentado
Na calmaria segura

(Nane - 17/06/20145)


*Arte de: Luis Videira






MUMIFICAÇÃO



Cerraram-se os olhos
Que outrora fascinaram-me
Calou-se a voz
Que palavras de amor
Um dia me falou

Então te olho
Sem conseguir ver
Nenhuma expressão
Frieza total
Sentimentos mumificados

Setenta eram os dias
Que os egípcios levavam
Setenta vezes sete
Vidas encarnadas
Talvez leve eu

A amargura tirânica
Em doses balanceadas
Consumindo e transformando
A alegria de viver
Numa tsuname do Nilo 

Mumifiquei meus sentimentos
E desenhei seu rosto
No sarcófago faraônico
Largado e esquecido
Numa pirâmide perdida

Já não há mais sofrimento
Nem mesmo há curiosidade
Só a frieza no semblante eternizado
E a amargura nas palavras ditadas
Pela múmia da desventura

(Nane - 17/06/2015)

*Arte: Lucia Momia Lucia

terça-feira, 16 de junho de 2015

SEGREDO SEPULTADO






Quem é você
Que arrebata meus sonhos
Ditando meus desejos
Jogando fora a adrenalina
Sangrando as glândulas surreais

Quem é você
Aflorando meu drama
Tragicômico e desmedido
Num palco sem plateia
De uma peça shakespeariana

Quem é você
Que num silêncio devastador
Estoura meus tímpanos sem pudor
Com palavras em flechas certeiras
No mortal ato do desengano

Quem é você
Que exerce esse poder maligno
Mesmo sem saber
Enterrando fantasias e aspirações
Sem ao menos sentir culpa

Quem é você
Que insiste em não perceber
O vazio do meu mundo
Sem cores nem anseios
Pela falta de você

Quem é você
Que escarna meu cadáver
Sob os devidos sete palmos
Num sorriso de alívio
Pelo segredo sepultado


(Nane-16/06/205)

*Arte de: Áurea Seganfredo



domingo, 14 de junho de 2015

UMA FLOR DE POESIA



Se vejo flores em você
Tento regar com carinho
Beijando cada pétala
Ainda que desajeitada

No meu voo de beija-flor
Voltei atras e osculei
A tua face de menina
De sorriso escondido

Refiz todo o caminho
Dos nossos tempos de crianças
Com os olhos marejados
De saudades e lembranças

Rodei a fita na memória
Do filme que foi a nossa vida
Doces e queridas passagens
No palco incólume do destino

Que nos fez rir e chorar
E de alguma forma caminhar
De mãos dadas pela estrada
Entre flores e espinhos

Estrada esta com vãos em brancos
Que nos faz apertar ainda mais as mãos
Na esperança de que não nos percamos
Pelo resto da caminhada

E se hoje, ainda vejo flores em você
É por tanto te querer
E ter orgulho de pertencer
Ao mesmo jardim que te viu nascer

Voltei para a atualidade
No mesmo voo que me levou
Com o intento de neste dia (seu aniversário)
Ofertar-te uma flor em forma de poesia

(Nane- 14/06/2015)

sábado, 13 de junho de 2015

ALTER EGO



Ah... esse jeito não meu de ser
Conflitando com o meu próprio ego
Por me reduzir a um nada
Quando me acho ser um tudo

E ele vem em mim
De forma avassaladora
Tomando sua própria forma
Anulando a minha

Não sei quem sou
Se simples pessoa
Ou pessoa nenhuma
Num mesmo espaço

Quero escrever
A poesia minha
Mas dita ele
A poesia sua

Assino sem nenhum escrúpulo
Embora sabendo que não sou autora
Dos versos postos e expostos
Em frases que não compus

Dir-me-iam louca
Se não os assinasse
E desse a autoria
Ao verdadeiro autor

Toma-me sem pedir licença
E conduz as minhas mãos
Como quem conduz um cego
O meu alter ego

Sou e não sou
Quem assina a autoria
Desta e outras poesias
Que ele, por ser (um ser) efêmero
Não assina

(Nane-13/0/2015)

PLENITUDE DE UMA SAUDADE

Já não sei se é lamento
Ou se me acostumei
O fato é fato
Você se foi

O vazio que ficou
Encheu de forma tal
Que o espaço se completou
Na plenitude da saudade

Ainda me pego te buscando
Em gestos e manias rotineiras
Surpreendendo meus próprios sentidos
Revelados em suspiros perdidos

Já vislumbro a docilidade
Nas lembranças repentinas
Sem tanta dor ou revolta
Da partida tão sentida

Ainda te vejo à porta da casa
Sentada ao sol esperando
O abrir da minha porta
Para o bom dia matinal 

Ainda escuto seus passos
O barulho da vassoura na mão
Varrendo o quintal apressada
Reclamando das folhas caídas

A casa fechada (quase sempre)
Na mais completa escuridão
Ainda faz doer o coração
Repleto do vazio que ficou

Mas a certeza da presença
Ainda que encoberta pela visão
É sentida pelo acalmar do coração
Quando sorrio ao te lembrar

Já não sei se é lamento
Ou apenas conformismo
O fato é que (obrigada) aceitei
A ausência de te ver

(Nane-13/06/2015)




segunda-feira, 8 de junho de 2015

APENAS UM LEGADO



Queria te deixar
De legado o meu amor
Que se mal me fez
Me mostrou o paraíso

Tal qual o príncipe hebreu
Não me foi dado o direito
Da terra que emana mel
Por todos os meus defeitos

Mas ainda assim 
Queria te deixar
De legado o meu amor
Que é eterno e sem fim

Só uma coisa, mais que o meu amor
Eu queria te deixar
A certeza do desejo
Da felicidade plena

Meus olhos já não veem
Mas o coração ainda sente
E se eu soubesse rezar
Pediria para Deus te abençoar

Queria te deixar
De legado o meu amor
E agradecer o infinito
Nos momentos em que tive
Um pouquinho do teu amor

(Nane-08/06/2015)

quarta-feira, 3 de junho de 2015

EFÊMERA EXISTÊNCIA



E essa estranha sensação
De que você é só uma lembrança
Uma miragem, imaginação
E na realidade, nunca existiu

É tão grande a saudade
Que parece mais o oásis
Em meio ao deserto escaldante
Intocável, impossível

O som da tua voz
Ainda tão intacta em meus ouvidos
Talvez nada mais seja
Do que o vento sibilando

E toda a nossa história
Gravada no passado
Já parece o conto de um livro
Fechado e terminado

O toque das tuas mãos
Já não sentidas pelas minhas
Restando só um calor perdido
E tão pouco aproveitado

A vida é tão sem sentido
Que só o que conta é o próprio sentido
Que a gente quase nunca percebe
O tempo certo de sentir

Então chega o grand finale
E o concreto se desfaz
Subjetivamente fazendo desabrochar
O efêmero (in)existente

(Nane-03/06/2015)


segunda-feira, 1 de junho de 2015

ONDE ESTÃO OS MEUS FANTASMAS



Onde estão as vozes
Que se calaram 
E já não me questionam
Nos meus lapsos de memória
Dos devaneios que me faziam
Escrever poesias

E as sombras que dançavam
Alheias as minhas vontades
Pelas madrugadas frias
E que de alguma forma
Me faziam companhia

E os delírios nos desejos
Que eu gostava de cultivar
Para que me sentisse ainda viva
Mesmo que fossem só quimeras
Impossíveis de se realizarem

E a capacidade de a tudo isso transformar
Em palavras rimadas
Dando a falsa impressão
De que eu era poeta
No vale da minha imaginação

Por onde ando eu
Que vago entre a ilusão
E a dura realidade
De um despertar sem expectativas
De nada ver mudar

E essas linhas que se embaraçam
Formando teias que enclausuram
E sufocam minha mente
Num emaranhado latente
Sem palavras vigentes

Os meus fantasmas se foram
Me deixando sozinha
Na realidade fria e sem opção
De sonhos ou medos
Ou nenhuma outra sensação

Calaram-se as vozes
Sumiram as miragens
Foram-se as vontades
Restou um branco na escuridão
Do meu caminhar

(Nane - 01/06/2015)

*Arte de: José Pagano