Um espaço para falar de tudo e com todos. quem quiser entrar, seja bem vindo.
terça-feira, 28 de abril de 2015
POETA POR ESSÊNCIA
Não te quero triste
Posto que és poesias
Não te vejo apagada
Posto que és lume
Sorria teu sorriso de poeta
Quando teus dedos tamborilam
Em busca das palavras harmoniosas
Que tão bem tu sabes traduzir
Deixa, enfim, que a poesia
Se aposse e te tome por inteira
E transforme em beleza a tristeza
Que se insinua, mas não faz morada
Dama de tantas palavras
Jogadas, jorradas, esparramadas
Num caminho, por Deus abençoado
Escritas por tuas mãos divinas
Não te quero triste
Posto que és poesias
Que faz levitar afoitos
Quem tem a honra de te ler
Deita no travesseiro a cabeça
E refresca todas as tuas ideias
O amanhã te fará gerar
Mais uma poesia
Posto que és poesia
E poeta por essência...
(Nane-28/04/2015)
SOUBE VIVER MANOEL DE BARROS
Tinha razão Manoel de Barros
Quando deixou a cidade
E fez das pedras, águas e pássaros
Inspiração da sua poesia
Tinha razão Manoel de Barros
Ao viver e conviver
Com seres puros e sem egos
Se fazendo, por vezes, de cego
Tinha sim razão Manoel de Barros
Por preferir o barro ao cimento frio
Aquecido enquanto pó
Endurecido depois de misturado
Tinha razão Manoel de Barros
No paralelo do leito do rio
Que deixa as águas rolarem
Semeando vidas em suas margens
Tinha razão Manoel de Barros
Ao descrever em cada segundo
Um novo renascer
Da vida em evolução
Tinha sim razão Manoel de Barros
Ao perceber que a vida é simples de viver
Ao lado de tudo o que é simples e verdadeiro
Como a terra que há de te comer
E na sua sábia razão
Soube viver Manoel de Barros
Cercados de plantas e animais
Afastado da gente que se acha demais
(Nane-28/04/2015)
PERPETUANDO
O branco dos teus cabelos
Reflete a luz da aura
Serena e pacífica
Teus olhos sorriem e iluminam
A face da fé que te move
E embasa segurança
Molde de gente como a gente
Exemplificada nas sementes
Que plantastes e criastes
Somos frutos dando frutos
Da árvore perpetuada
Por tuas raízes
Espalhando sementes orgulhosas
Da genealogia abençoada
No clã agradecido
Exemplo de todos nós
Amor maior e incondicional
És mãe querida
(Nane-28/04/2015)
Reflete a luz da aura
Serena e pacífica
Teus olhos sorriem e iluminam
A face da fé que te move
E embasa segurança
Molde de gente como a gente
Exemplificada nas sementes
Que plantastes e criastes
Somos frutos dando frutos
Da árvore perpetuada
Por tuas raízes
Espalhando sementes orgulhosas
Da genealogia abençoada
No clã agradecido
Exemplo de todos nós
Amor maior e incondicional
És mãe querida
(Nane-28/04/2015)
LAPSOS DE MEMÓRIAS
Olhando um nada tão distante
Procuro por um só ponto
Que me traga de volta
As lembranças de mim.
Um vazio tão cheio
Circunda meu ser
Perdido num nada
Vagando sem esteios
Feito alma penada
Em meio à pessoas
Tão ansiosas como eu
E desconhecidas.
Já fui alguém
Que amou e foi amado
E que agora apagou da memória
Toda a sua história.
A infância perdida
Embora vivida
Guardada em algum lugar
Que não na memória
Ativa em mim.
A mocidade com amigos
Quem sabe, com amantes
Ou mesmo, amores
Também escondida
Num canto qualquer
Da falha memória.
O espelho me diz
Que meu tempo se acaba
Na curva descendente
Do semblante envelhecido
E das mãos enrugadas
Pela maturação presente
E a memória ausente.
Lapsos incandescentes
Feito estrelas cadentes
Passam e deixam rastros
Dizendo ser aquelas pessoas
Quem dizem que são
Na minha vida vazia
E sem raiz nenhuma.
Demência ou loucura
Sumiu meu legado
Ainda em vida...
(Nane-28/04/2015)
segunda-feira, 27 de abril de 2015
ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA
A vida ensina
Aos trancos e barrancos
O amor verdadeiro
Sem nenhum apego
Frases de clichês
Feito água mole em pedra dura
Tanto bate até que fura
A alma empedernida
É quando desanuvia
Valores subjetivos
E o presente é vivido
Sem passado ou futuro
É ver a beleza
Da pedra no caminho
E agradecer a oportunidade
De ter como retirá-la
Regar a planta amortecida
E perceber no dia a dia
O desabrochar da flor revigorada
Pela água embebida
Sentir a liberdade no frescor
Do voar de um passarinho
Sem se preocupar
Onde ou quando irá pousar
A vida ensina
Aos trancos e barrancos
O amor verdadeiro
Sem nenhum apego
Ensina a seguir
Sem olhar para trás
Deixando no caminho
Sementes de amor
A vida ensina
Aos trancos e barrancos
Que somos peregrinos
Em constante migração
A vida ensina
Aos trancos e barrancos
Que nada temos e temos tudo
O que ela (a vida) nos oferece
A vida ensina
Aos trancos e barrancos
O amor verdadeiro
Sem nenhum apego...
(Nane-27/04/2015)
*Arte de Marcos Xenofonte
sábado, 25 de abril de 2015
UMA BELA ESTAMPA
Ou será de caixa
Você não gosta
Mas parece...
Realce de quem
Das luzes ou da beleza
Que vem da alma
E ilumina a face
Sorriso franco
Adornado do ouro
Que cristalino, exalta
Teus fios de cabelos
Numa dualidade servil
De cores contrastantes
Emoldurando a efígie
Digna de Hator ou Afrodite
Estampa de capa
Ou será de caixa
Você não gosta
Mas que parece...
(Nane-25/04/2015)
O DIA DO AMOR
Hoje é dia do amor
Como se o amor
Tivesse um dia só
Parva mania de "dias"
Que tem a humanidade
Em honra à negociata
Frágeis amores
Que precisam desse dia
Para se imporem
Sábios animais
Que amam sem apego
Por saberem amar
Tolos dos homens
Que sofrem por amor
Que nunca faz sofrer
Tolos os filósofos
Que ditam teorias
E se matam em suas práticas
Tola a autora
Que finge ao escrever
O que não sabe viver
(Nane-25/04/2015)
sexta-feira, 24 de abril de 2015
SÓ UMA ENTREVISTA
Soltam faíscas meus olhos
Despudorados de desejos
Arrancam num só piscar
As cortinas de teu corpo
Flui libertária a imaginação
Alimentando meu tesão
Enquanto minhas mãos passeiam
Brincando em tua pele
O desejo faz seu apelo
Transformando em loba
Salivando de vontades
A insana, a louca
Te prendo em minhas garras
Te devoro com volúpia
Em espasmos contraídos
Te levo ao paraíso
Murmuras gemidos em meus ouvidos
Lambuzas meu ventre com saliva
No ápice do meu clímax
A explosão do meu gozo
Teu "ham, ham" me assusta
Teu sorriso e a pergunta
Se está tudo bem
Me traz de volta
Vestido e tão distante
De tudo o que vivi
Nos segundos que sonhei
Com teu corpo no meu corpo
(Nane-24/04/2015)
QUE TEUS OLHOS POSSAM VER
Olha teus olhos a pureza
Despida da maldade
Qual a veste da tua alma
Senão teu nu exposto
Fez Deus a criatura
Sem nada a acobertar
Olha teus olhos a pureza
Despida da hipocrisia
O nu é tua essência
Gritando liberdade
Vomita tua perfídia
Expõe tuas vergonhas
Olha teus olhos a pureza
Do teu próprio ser
Quem sabe se depois de te conhecer
Entenderás o que é ser nu
Dispa-te da ignorância
Inunda-te da arte
Olha teus olhos a pureza
Do nu na beleza da poesia...
(Nane-24/04/2015)
quinta-feira, 23 de abril de 2015
MEU ACONCHEGO
É no seu corpo que eu viajo
E me perco nos seus braços
Onde me sinto segura
Dominante e dominada
Sou mulher, sou menina
Eterna apaixonada
É no seu corpo que me realizo
Extasiada de prazer
E adormeço enternecida
Por seus braços protegida
E no carinho das suas mãos
Desperto em meio a emoção
De te ter ao lado meu
De me sentir inteira sua
É no seu corpo que eu me revigoro
E me torno sua amante
No clímax de um encaixe perfeito
Que me prende no seu peito
Onde escuto descompassado seu coração
Pulsar como numa explosão
De amor...de puro prazer
É no seu corpo que tremo
Me avolumo e me acho
Me completo e me desfaço
E só termino quando durmo
No abraço dos seus braços
(Nane- 10/05/2011)
LOUCURAS
Onde está você?
Senão dentro de mim
Entranhado em minhas vísceras
Exposto no meu corpo
Fazendo parte de mim toda
Me amando, me odiando
Tão lindo e tão meu
Amante e amigo
Louco e desesperado
Querido e idolatrado
Amado e desejado
Me deixa te amar
Sem mais nada te pedir
Amanhã na madrugada
Me afasto, vou embora
Te deixo adormecido
Sem saber se sou real
Se sonho ou pesadelo
Apenas imaginação
De uma louca ilusão...
(Nane-25/05/2011)
EXAUSTÃO
Sem pudor me entrego
Ao deleite nos teus braços
Gozando a cada um dos teus afagos
Perdida em nossos tremores
Entre gemidos e uivos
Feito animais no cio
Despudorados e acelerados
Sufocados de prazer
Provo o néctar dos deuses
Na tua boca provocante
Que entreaberta mordisca
Meus seios intumescidos
Entre nossas quatro paredes
Somos assumidos depravados
Desbravando todos os poros
Suados e arrepiados
Nossos pelos eriçados
Nossos flancos encaixados
Nossos sexos incendiados
Nossos sons desconexados
Desmaiamos de prazer
Sem mais forças para o amor
É preciso adormecer
É preciso descansar...
(Nane-23/04/2015)
DESNUDANDO A HIPOCRISIA
Em pleno dia da poesia, alguém muito "pudica"
denunciou a página "Asas da vida" da poeta e amiga
Adriane Lima. Suas poesias são doces e maravilhosas
e ela sempre teve e tem o bom gosto de ilustrá-las com
imagens de nu artístico. Isso ofendeu a visão do (a)
puritano em questão. Provavelmente eu serei a próxima,
já que a partir de agora só ilustrarei meus rabiscos com o
nu (nem tão artístico) em protesto contra o facebook.
Até que o "Asas da vida" seja desbloqueado.
E tenho dito.
----------------------------------------------------------------------
Desnuda a poesia
De suas vergonhas
Mostra seu corpo
Em palavras obscenas
Toma do cálice
Da pouca vergonha
E solta sem preconceitos
Seu corpo nu
Ah poesia...
És vestes de tantos poetas
Que se mostram nus
E por isso são considerados
Deplorados, depravados
Denunciados, achincalhados
Feito um dragão monstruoso
As espátulas giratórias
Castra sem piedade
Censurando como nos velhos idos
A arte poética
Do(a) ousado(a) poeta
Que despe palavras
Na imagem proibida
Pelos olhos pudicos
Da inveja mundana
Dispo-me na rede
Não por desafio
Mas por solidariedade
À arte censurada
E por mandar às favas
Os hipócritas resguardados
Por covarde privacidade
(Nane-23/04/2015)
denunciou a página "Asas da vida" da poeta e amiga
Adriane Lima. Suas poesias são doces e maravilhosas
e ela sempre teve e tem o bom gosto de ilustrá-las com
imagens de nu artístico. Isso ofendeu a visão do (a)
puritano em questão. Provavelmente eu serei a próxima,
já que a partir de agora só ilustrarei meus rabiscos com o
nu (nem tão artístico) em protesto contra o facebook.
Até que o "Asas da vida" seja desbloqueado.
E tenho dito.
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Desnuda a poesia
De suas vergonhas
Mostra seu corpo
Em palavras obscenas
Toma do cálice
Da pouca vergonha
E solta sem preconceitos
Seu corpo nu
Ah poesia...
És vestes de tantos poetas
Que se mostram nus
E por isso são considerados
Deplorados, depravados
Denunciados, achincalhados
Feito um dragão monstruoso
As espátulas giratórias
Castra sem piedade
Censurando como nos velhos idos
A arte poética
Do(a) ousado(a) poeta
Que despe palavras
Na imagem proibida
Pelos olhos pudicos
Da inveja mundana
Dispo-me na rede
Não por desafio
Mas por solidariedade
À arte censurada
E por mandar às favas
Os hipócritas resguardados
Por covarde privacidade
(Nane-23/04/2015)
SÃO JORGE GUERREIRO
Jorge da Capadócia
Perdeu a cabeça
E virou Santo
Guerreiro
Reis e rainhas
Se ajoelharam
E converteram sua fé
Em monumentos à Jorge
Padroeiro das Cruzadas
O Santo guerreiro
Protegia os soldados
Nas conquistas do Reisado
Roubou do dragão
A princesa prometida
E virou lenda lunar
Para onde foi morar
Se Oxossi ou se Ogum
O fato é que joga o jongo
Na igreja e na macumba
O Santo protetor
Okê Arô Oxossi
Ogunhê Ogum
Salve Jorge da Capadócia
E viva o feriado
(Nane-23/04/2015)
terça-feira, 21 de abril de 2015
PARQUE DE DIVERSÕES
E Deus criou o céu e a terra
Gostou disso, mas faltava alguma coisa
Então criou o dia e a noite
E também gostou disso
E Deus criou o mar e os rios
E separou a água da terra
Então criou os astros e as estrelas
Para enfeitar o firmamento
E Deus criou os animais
Para que se proliferassem
(inclusive as muriçocas)
E os separou (ou juntou)
Entre machos e fêmeas
E Deus finalmente criou o principal
Para diverti-lo no seu circo triunfal
Criou o ser humano volúvel
Pronto à desafiá-lo
Soltou no "paraíso" o casal
Homem, mulher e a serpente
E acionou seu joystick
Brincando à revelia
A cada fase que passava
Deu-se uma medalha
E fez do homem herói do jogo
Ou simples perdedor
Brincou de guerras e amores
E o homem saiu do "paraíso"
Foi à lua e voltou
Mas nunca se encontrou
Deus é pai e ele (homem) espera
Tirar da cara a maquiagem
De palhaço divertidor
No circo do criador
Deus na sua ânsia de vitória
Criou até seu antagônico
E o diabo nele se inspirou
Ao criar seu próprio play station
Que vença o melhor...
(Nane-21/04/2015)
domingo, 19 de abril de 2015
UMA TRISTE POESIA
Chora mãe
Todas as suas dores
Enquanto eu
Na minha frieza
Tento não escutar
Xaropes e unguentos
De nada mais adiantam
E seu Deus todo poderoso
Parece não te escutar
Mas não precisa se preocupar
Chora mãe
Todas as suas dores
Misturadas com as minhas
Que por centésimos de segundos
Você percebe, e esquece
Chora mãe
Todas as suas dores
Sem cura ou anestesia
Enquanto eu faço poesia
Das nossas lágrimas escondidas
Chora mãe
Por mim e por ti
E deixa guardado lá no passado
O tempo dos carinhos correspondidos
Sem tantas mágoas e tristezas
Chora mãe
Todas as suas dores
E todos os seus lamentos
Nas madrugadas insones
Para mim e para você
Chora mãe
Todas as suas dores
Posto que as minhas
Eu choro nas palavras
E faço delas (tristes) poesias
(Nane-19/04/2015)
Todas as suas dores
Enquanto eu
Na minha frieza
Tento não escutar
Xaropes e unguentos
De nada mais adiantam
E seu Deus todo poderoso
Parece não te escutar
Mas não precisa se preocupar
Chora mãe
Todas as suas dores
Misturadas com as minhas
Que por centésimos de segundos
Você percebe, e esquece
Chora mãe
Todas as suas dores
Sem cura ou anestesia
Enquanto eu faço poesia
Das nossas lágrimas escondidas
Chora mãe
Por mim e por ti
E deixa guardado lá no passado
O tempo dos carinhos correspondidos
Sem tantas mágoas e tristezas
Chora mãe
Todas as suas dores
E todos os seus lamentos
Nas madrugadas insones
Para mim e para você
Chora mãe
Todas as suas dores
Posto que as minhas
Eu choro nas palavras
E faço delas (tristes) poesias
(Nane-19/04/2015)
sexta-feira, 17 de abril de 2015
SONHO E PESADELO
As vezes bate um cansaço
Tão grande e desanimador
As vezes bate a frustração
É quando o sonho se faz pesadelo...
No hospital o enfisema ameaça
O amigo escapa por pouco
O cigarro está proibido
Se comigo, melhor fosse morrer
Cinco décadas passadas
Outra metade vivida
Olhar para frente de cabresto
Seguir o ruflar do tambor
Cobranças de tantas dívidas
Impotência no pagar
A glote fechando acordada
O ar mergulhando num mar sem o²
Orações e rezas em vão
A prece desviada no espaço
O espaço tão finito e apertado
A morte na fumaça do cigarro
Correria em debandada
Vida sem sentido
Servindo sem servir
Para o que há de vir
O cansaço resfria
Todos os sentidos
Santo nenhum ajuda
Pro diabo meus medos
(Nane-17/04/2015)
*Arte de Egas Francisco
MARIA NA FRENTE
Passa na frente Mãe Celestial
E toma para Vós a minha dor
E torna minha a vossa fé
No aplacar da saudade maior
Embale em vosso manto
A esperança no meu pranto
E toma a minha mão
Guiando os meus passos
Divida comigo a vossa força
Na aflição dolorida da separação
Do tão amado ser
Por algum motivo, levado
Seque, com vossos ósculos
As lágrimas teimosas que rolam
Quando chora o coração
Nos momentos de aflição
Passa na frente Mãe Celestial
E abra todos os caminhos
Para que eu sinta (com certeza) a segurança
Do meu filho em Vosso regaço
E que eu faça de minhas lágrimas
Gotas de luz sob o brilho do sol
Num arco-íris colorindo
O sorriso do meu menino
(Onde quer que ele esteja)
*Para alguém muito especial.
(Nane-17/04/2015)
ORAÇÃO PELAS MÃES ÓRFÃS
Nossa Senhora
Guarda o menino
E aplaca a dor
De quem, como vós
Perdeu seu menino
Nossa Senhora
Na ponta dos dedos
Rezando o vosso terço
Todas as órfãs mães
Acariciam os rostos dos
seus filhos idos
Nossa Senhora
Mãe suprema
Abraça e conforta
As dores das mães
Saudosas e nostálgicas
Das suas sementes
Nossa Senhora
Nesse dia melancólico
De tantas lembranças
Aninha seus filhos
Com vossos braços
De Santa Mãe
E vossas filhas
Por certo agradecidas
Sentirão vosso conforto
Na lágrima derramada
Pelas faces das mães
Reconhecidas da vossa proteção
Nossa Senhora
Mãe bendita
De mães e filhos
Guarda convosco
Os filhos das mães
Que à ti os confia
E que essa saudade
Seja a certeza
Da vossa bondade
No cuidar dos filhos
E do certeiro reencontrar
Que assim seja
Nossa Senhora...
(Nane - 17/04/2015)
*Arte de Teresa Prado
quinta-feira, 16 de abril de 2015
PROFANANDO O RITUAL
* Rainha da Noite e do Dia
O Ritual da Flor que não abriu porque não quis...
A minha tristeza é uma flor morta, uma árvore tombada...
Um sei dizer, ainda muda, o que não se entende,
um buscar o que não há...
(Teresa Prado)
----------------------------------------------------------------------
Rompeu a semente
Num ritual quase profano
Do germinar em folhas
Das fezes da cotovia
Chamada à ser flor
Recusou-se, não quis
Virou mulher rainha
Da noite e do dia
Trouxe consigo a tristeza
Da flor sem desabroxar
Da árvore tombada precocemente
Do tudo que não se entende
Na sua mudez
Soube tudo dizer
E buscou incansavelmente
O que não há
Dama da noite
Rainha do dia
Na Flor Mulher
Sobressai na tela...a poesia
(Nane-16/04/2015)
O Ritual da Flor que não abriu porque não quis...
A minha tristeza é uma flor morta, uma árvore tombada...
Um sei dizer, ainda muda, o que não se entende,
um buscar o que não há...
(Teresa Prado)
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Rompeu a semente
Num ritual quase profano
Do germinar em folhas
Das fezes da cotovia
Chamada à ser flor
Recusou-se, não quis
Virou mulher rainha
Da noite e do dia
Trouxe consigo a tristeza
Da flor sem desabroxar
Da árvore tombada precocemente
Do tudo que não se entende
Na sua mudez
Soube tudo dizer
E buscou incansavelmente
O que não há
Dama da noite
Rainha do dia
Na Flor Mulher
Sobressai na tela...a poesia
(Nane-16/04/2015)
quarta-feira, 15 de abril de 2015
GAROTA DE COPACABANA
Ouvi tua voz
E me espantei
Era a voz
Que eu sabia ser
Por tanto tempo
Já te escuto
Que sabia ser tua
A voz que eu ouvi
Lady e Diva
Dos poetas delirantes
Complacente com as palavras
Dos loucos rimadores
Canarinho carioca
Em pleno voo na Paraíba
Migrante de estações
Nos ares do Brasil
A princesinha do mar
Ainda esconde sob a areia
Teus passos de menina
Nostálgica e encantadora
O Cristo abre os braços
E aguarda tua chegada
Por saber que é aqui, tua pousada
No voo por sobre a Bahia de Guanabara
Teu sotaque te entrega
E faz do tempo, quimera
Meu canarinho vem cantar (e encantar)
No teu Rio de Janeiro
(Nane-15/04/2015)
E me espantei
Era a voz
Que eu sabia ser
Por tanto tempo
Já te escuto
Que sabia ser tua
A voz que eu ouvi
Lady e Diva
Dos poetas delirantes
Complacente com as palavras
Dos loucos rimadores
Canarinho carioca
Em pleno voo na Paraíba
Migrante de estações
Nos ares do Brasil
A princesinha do mar
Ainda esconde sob a areia
Teus passos de menina
Nostálgica e encantadora
O Cristo abre os braços
E aguarda tua chegada
Por saber que é aqui, tua pousada
No voo por sobre a Bahia de Guanabara
Teu sotaque te entrega
E faz do tempo, quimera
Meu canarinho vem cantar (e encantar)
No teu Rio de Janeiro
(Nane-15/04/2015)
PENSA NISSO
De todas as porradas da vida
Nenhuma doeu mais
Que a de te ver jogando a toalha
Se humilhando por nada
Seus gestos soberbos
Seu olhar inquisidor
Sua pompa no falar
Jogados no ralo
Valeu toda essa dicotomia?
Se expor em total evidência
Correndo riscos desnecessários
Doeu mais que o findo
A imagem desfeita
A carência sabida
O saber tanto de você
O reconhecer do nada
Quem sabe vale a pena
Quem sabe te botaram no prumo
Quem sabe tua crista
Se dobrou ao amor
Mas saiba que doeu
Te ver jogando a toalha
Por saber que até nisso
Finges o que não sente
É só o desejo da vingança
Falando mais alto que a dor
Quando, por fim, detonares esse amor
Rirás o sorriso vingativo
Triste sina a tua
De não deixar em paz
Quem cai na besteira de te amar
E não ter como (por isso) pagar
(Nane-15/04/2015)
Nenhuma doeu mais
Que a de te ver jogando a toalha
Se humilhando por nada
Seus gestos soberbos
Seu olhar inquisidor
Sua pompa no falar
Jogados no ralo
Valeu toda essa dicotomia?
Se expor em total evidência
Correndo riscos desnecessários
Doeu mais que o findo
A imagem desfeita
A carência sabida
O saber tanto de você
O reconhecer do nada
Quem sabe vale a pena
Quem sabe te botaram no prumo
Quem sabe tua crista
Se dobrou ao amor
Mas saiba que doeu
Te ver jogando a toalha
Por saber que até nisso
Finges o que não sente
É só o desejo da vingança
Falando mais alto que a dor
Quando, por fim, detonares esse amor
Rirás o sorriso vingativo
Triste sina a tua
De não deixar em paz
Quem cai na besteira de te amar
E não ter como (por isso) pagar
(Nane-15/04/2015)
segunda-feira, 13 de abril de 2015
ESTRANHA SENSAÇÃO
Estranha a sensação
Quando nossos olhos não veem
Mas nossa alma sente
A presença de uma outra
Estranha sensação
Por vezes de paz
Por outras de intempéries
De saudades egoístas
Estranha sensação
Quando nos pegamos
Sorrindo ao seu sorriso
Desenhado na retina
Estranha a sensação
Da nossa insegurança
De não saber por onde anda
O espírito tão querido
Estranha sensação
De subjetividade
Quando antes tão concreto
O abraço e o beijo
Estranha sensação
Da vida e da morte
Separando por dimensões
Seres tão afins
Estranha a sensação
Desse amor tão imenso
Quando não mais é possível
Dizer que eu te amo
(Nane-13/04/2015)
DE CASA NOVA
Instala-se a poesia
No bailar dos dedos
Frenéticos e sem freios
No tamborilar das teclas
Já não tem mais a tinta
À borrar a folha branca
No pingar das lágrimas
Que reveste a poesia
Já não enche o cesto
O papel escrito e reescrito
Amassado e embolado
Para depois ser descartado
Basta o toque do dedo
Sem a nostalgia do escritor
Para na tela fria colar
Seus sentimentos em versos
Ainda tenho guardado
Um caderno velho amarelado
Literalmente rabiscado
Com meus garranchos indecifrados
Restou a fumaça do cigarro
E o copo sempre cheio
Enquanto a poesia experimenta
Sua nova moradia
(Nane - 13/04/2015)
COISAS DE CRIANÇA
Estava eu, entre lágrimas escorrendo e embaçando meu óculos,
enquanto buscava as palavras certas(?) para o rabisco dedicado a minha irmã falecida (Dini), quando já depois de publicado,
eis que surge o Davi (neto dela) e ao ver a foto cuidadosamente
escolhida para estampar meu poema, diz com toda a sua franqueza:
-Olha a minha avó!!! Eu, ela e o Fred!!! Ela foi morar no céu e eu
tava com saudade dela! Ela tá careca mas tá bonita, né...
Óbvio que foi o que bastou para que eu me desmanchasse e saísse
de perto dele. Não entenderia mesmo que foi dele a poesia mais
bonita dedicada a ela hoje.
(Davi/Nane-13/04/2015)
QUANDO BATE A SAUDADE
Te dou bom dia
Te dou boa noite
Te peço opinião
Te grito em silêncio
Quando quero repartir
Os petiscos que apronto
Para a prova derradeira
Te sinto a todo instante
E teimo em não aceitar
Que você, daqui se foi
Para não mais voltar
O sol pela manhã
Vitaminando sua pele
As mãos dadas no passeio
Matinal pelo quintal
Cinco meses se passaram
Um estalar de dedos
Uma eternidade
Conflitos de sentimentos
Fé, revolta, destino, lembranças
Caminho sem volta
Deus e o diabo soprando
No embate do certo e o errado
Do bem com o mal
Reza a bíblia que eu me conforme
Diz a prática que foi melhor
Por antevir desgraças e sofrimentos
Do que mais poderia ser
Reza a dor só saudades
Do tempo tão pouco que se foi
E da luta tão inglória perdida
E eu insisto em te ter aqui comigo
(Nane-13/04/2015)
domingo, 12 de abril de 2015
É ou não é
Impoluto adjetivo objetivo
Brincador de palavras embaralhadas
Que se quebram a cabeça
Jorram num orgasmo literário
Quando no alvo certo
Expõe a vulva banhada no desejo
Num incontrolável piscar de emoções
Implodidas no ato telúrico
Das erupções e espasmos
Nas danças tectônicas de quadris
Em plena quaresma o reboliço
Da abstinência da carne desejada
E preterida pelo bem da humanidade
Um tanto desumana e insana
Além do quadragésimo dia
Mistura de sexo sem nexo
Em palavras jogadas ao vento
Rimadas ou apenas soltas
No afã de líricos pensamentos
Sem cabrestos literários
Descendente gerado na quaresma
Germano sem clone possível
Olho, olho, olho e me pergunto
Se o cara é o cara ou só figura
Figurada pela net
Fulguras na sua irreverência
Que encanta sem relevância
Do que é ou deixa de ser
Por supostos personagens
Que vivem sem viver
Tudo isso descortinado
No mambembe palco da vida
Apenas para separar
O real do virtual
O Herzog do Quaresma
(Nane-12/04/2015)
quinta-feira, 9 de abril de 2015
SORVENDO POESIAS EM NOITE DE LUA CHEIA
Um chopp num bar
À meia luz na Lapa
Onde fervilham gente
Que vem e vai
De encontro a outras
Tão ou mais perdidas
Num mesmo espaço
Observo absorta
A poesia diluída
No copo espumado
O que pensam e o que querem
Os notívagos da boemia
Que escondem nos semblantes
Que os sorrisos estampam
Histórias e tristezas
De amores que os transformaram
Em solitários caçadores
De afagos e ternuras
E de um sexo em desafogo
Homens e mulheres
Se encontrando em desencontros
Se encantando em desencantos
Se atracando sem atracas
Despidos de compromissos
Em noite de lua cheia
Feito vampiros de aconchego
Depois do entorpecimento
Pelo líquido etílico
Dos sentidos verdadeiros
Tão absorta estou
Que não percebo a presença
De quem me observa
E me oferece mais um chopp
Aceito, brindamos e conversamos
Estampo um sorriso camuflado
Sorvo em goles a poesia
Notívagos veem e vão
De mãos dadas caminhamos
Pela madrugada de lua cheia
Buscando o desafogo
Do nosso desassossego...
(Nane-09/04/2015)
FESTA NO DOURO
Bela senhora do Porto
Requintada e refinada
Nos gostos e gestos
De Lady e Diva
Dos poetas em desatinos
Lusa patrícia
Estendendo seu olhar
Por páginas tupiniquins
Rabiscadas e rimadas
Hoje, para lhe agradar
Palavras mergulhadas
Nas profundezas do atlântico
Vindo à tona nas margens do Douro
Para levar-lhe o abraço
Da poeta agradecida
Leia nas entrelinhas
Meu desejo de êxtase
Supremo e perene
À musa hoje em festa
No regalo nascedouro
À leitora e amiga
De tantos e tantos poemas
Os mais sinceros desejos
Da poesia permanente
No seu ser de luz e de gente
Parabéns Senhora Lusitana
Do Porto...!
(Nane-09/04/2015)
Requintada e refinada
Nos gostos e gestos
De Lady e Diva
Dos poetas em desatinos
Lusa patrícia
Estendendo seu olhar
Por páginas tupiniquins
Rabiscadas e rimadas
Hoje, para lhe agradar
Palavras mergulhadas
Nas profundezas do atlântico
Vindo à tona nas margens do Douro
Para levar-lhe o abraço
Da poeta agradecida
Leia nas entrelinhas
Meu desejo de êxtase
Supremo e perene
À musa hoje em festa
No regalo nascedouro
À leitora e amiga
De tantos e tantos poemas
Os mais sinceros desejos
Da poesia permanente
No seu ser de luz e de gente
Parabéns Senhora Lusitana
Do Porto...!
(Nane-09/04/2015)
quarta-feira, 8 de abril de 2015
SONHANDO EM SER CRIANÇA
Fizeram-me homem
De fuzil nas mãos
Precocemente empedernado
Na sobrevivência
Lacraram num ataúde
As quimeras e fantasias
Dos meus sonhos de menino
Brutalmente emancipado
A tal maioridade
Cospe fogo e mata
Para que eu não morra
E sucumba com a infância
Na solitude de um descanso
O tremor de um ruflar insiste
Em me elevar por sobre a miséria humana
Nas asas da esperança de criança
Sobrevoo inerente de segundos
Sustentado pelas asas da liberdade
Abertas em meio à podridão
De uma guerra dita santa
Vislumbro brincadeiras e cirandas
E outras crianças de etnias
Diversas e tão afins
No sorriso ímpar infantil
O ranger da tampa do ataúde
Recolhe minhas asas podadas
No estampido seco de um rifle
E o menino vira homem de matar
(Nane-08/04/2015)
De fuzil nas mãos
Precocemente empedernado
Na sobrevivência
Lacraram num ataúde
As quimeras e fantasias
Dos meus sonhos de menino
Brutalmente emancipado
A tal maioridade
Cospe fogo e mata
Para que eu não morra
E sucumba com a infância
Na solitude de um descanso
O tremor de um ruflar insiste
Em me elevar por sobre a miséria humana
Nas asas da esperança de criança
Sobrevoo inerente de segundos
Sustentado pelas asas da liberdade
Abertas em meio à podridão
De uma guerra dita santa
Vislumbro brincadeiras e cirandas
E outras crianças de etnias
Diversas e tão afins
No sorriso ímpar infantil
O ranger da tampa do ataúde
Recolhe minhas asas podadas
No estampido seco de um rifle
E o menino vira homem de matar
(Nane-08/04/2015)
MAIS QUE O MUNDO (e mais um pouquinho)
Subjetivo amor
Muito além daqui
Onde o sexo é reflexo
E a ternura amplidão
Maior de todos os amores
Rompendo o sepulcro frio
Em direção ao universo infinito
Perene em seus mistérios
Pisando em estereótipos
Vislumbrando a essência
De outras histórias
Redivivas
Com as bençãos de Platão
E na cabeça a confusão
De outra dimensão
Sem nenhuma exatidão
A certeza de ser
Ainda que sem poder ter
O certo de um errado
E a conta a pagar
Passe o tempo que passar
Venha quem vier
Meu subjetivo amor
Há de perdurar
(por toda a eternidade)
(Nane-08/04/2015)
terça-feira, 7 de abril de 2015
SONO RECONFORTANTE
Dorme mãe
O sono sagrado
Que aplaca suas dores
E silencia seus lamentos
Melancólicos
Dorme mãe
E descansa o corpo
Tão debilitado e fragilizado
Pela longa caminhada
Entre pedras e espinhos
Dorme mãe
Que velo seu sono
Olhando a toda hora
Se respiras de fato
Ou me engana no ato
Dorme mãe
Dorme mãe
Dorme mãe
Dorme mãe
Dorme mãe...com Deus.
(Nane-07/04/2015)
domingo, 5 de abril de 2015
PENSAMENTOS CONFUSOS
Já não esconde mais seu lamento
Que chora e grita em meus ouvidos
Quando deito a cabeça no travesseiro
Em busca do sono perdido
Embriagada pelo não adormecer
A cabeça não pensa direito
Os sentimentos se misturam
Num limiar de portais inebriantes
Uma culpa em dissonância
Faz de mim Iscariotes
Em sábado de aleluia
De chibatadas e pedradas
Um adeus inevitável
Entre lágrimas e sorrisos
Se confundem num alívio
Entre o bem e o mal
Uma menina chora a sua falta
Uma mulher te quer ver livre
Um médico e um monstro
Numa só carcaça
O cansaço alucinógeno
Corrompendo a sanidade
Na pergunta que não quer calar
Do que é certo ou errado
Deus do céu ou do inferno
E eu tenho que ter fé
Me destes um cobertor
Mas eu morro de frio
Não sei mais o que fazer
Na angústia dos lamentos
Das dores sem refresco
Que escuto noite e dia
As vezes uma vontade
Bate forte e sem sentido
De correr sem direção
Para lugar nenhum
E nesse desespero
A loucura me assedia
Feito uma bala perdida
No alvo certeiro
A sua incoerência
A minha incongruência
Vidas entrelaçadas
Num adeus
(Nane-05/04/2015)
*Arte de: Marcos Coimbra
sábado, 4 de abril de 2015
BAIANO
Meu bom amigo
Protetor e cuidador
O que faço com o vazio
Que ficou...
Sem justificativa
Tiraram você de mim
A dor que dói é egoísta
Por não ter mais você aqui
Ao infeliz o perdão
E a certeza do juízo
A lhe cobrar a própria sorte
A culpa da tua morte
A ti a paz do espírito
Que tanto bem fez
O descanso e o livramento
Das dores advir
De legado deixastes o amor
Que por tua jornada espalhou
Sendo pai dos filhos que ganhou
Sem ter sido preciso concebê-los
Vou para sempre te ouvir
No cantar de um passarinho
E na brisa do alvorecer
Sentir o teu carinho...de pai
Meu bom amigo
Protetor e cuidador
Cuida Deus de ti agora
Vá, na Santa paz, embora
(Nane/Kity-04/04/2015)
Protetor e cuidador
O que faço com o vazio
Que ficou...
Sem justificativa
Tiraram você de mim
A dor que dói é egoísta
Por não ter mais você aqui
Ao infeliz o perdão
E a certeza do juízo
A lhe cobrar a própria sorte
A culpa da tua morte
A ti a paz do espírito
Que tanto bem fez
O descanso e o livramento
Das dores advir
De legado deixastes o amor
Que por tua jornada espalhou
Sendo pai dos filhos que ganhou
Sem ter sido preciso concebê-los
Vou para sempre te ouvir
No cantar de um passarinho
E na brisa do alvorecer
Sentir o teu carinho...de pai
Meu bom amigo
Protetor e cuidador
Cuida Deus de ti agora
Vá, na Santa paz, embora
(Nane/Kity-04/04/2015)
quinta-feira, 2 de abril de 2015
UMA BREVE DESPEDIDA
Sorriu um sorriso maroto
Disse um até breve
E se foi...
Sabia que no dia seguinte
Era inevitável o reencontro
Seus olhos também sorriram
Num apertar acompanhado
Do alargar dos lábios
Como fazia todos os dias
Quando se despedia
Me acostumei tanto à cena
Que já nem mais aplaudia
Simplesmente devolvia o sorriso
No balançar da cabeça
Firmando um compromisso
Quando o sol surgiu na alvorada
Acordei com os trinados da passarada
E aguardei como todo dia
A sua chegada no quintal
Para o rotineiro bom dia
As nuvens esconderam o sol
E a chuva não tardou a cair
Pensei com meus "botões"
Que o frio outonal era o culpado
Pelo atraso no seu chegar
O dia se arrastou fechado
Tristonho e melancólico
E sem me dizer o motivo
Ao nosso encontro faltou
Pela primeira vez
Eu, sem saber o que fazer
Pude perceber a importância
Na falta do seu bom dia
E da monótona rotina
Me vi conservadora
Já ao anoitecer veio a notícia
De que o seu sorriso se fechou
E o seu bom dia se calou
Seu até breve se fez longo
E o dia seguinte...aguarda
(Nane-02/04/2015)
quarta-feira, 1 de abril de 2015
A FILHA DE BES
Não chora menina
Teus olhos são lindos
E teu olhar brilha
O mundo é teu
E o resto, é resto
Diante do teu sorriso
O choro transfigura tua face
E te deixa sem respirar
O ar da madrugada
Faz teu sono se perder
E envelhece teu semblante
De menina baiana
Roda a tua saia rodada
E cria à tua volta
O vento da ventania
Manda embora na poeira
Toda a tristeza que te ronda
E simplesmente sorria
Posto que fostes criada
Com a sina de Bes
Para encantar e alegrar
Teu choro, menina
É bálsamo prelúdio
De dias melhores
E teu sorriso
Nada mais é
Do que o teu eterno brilhar...
(Nane--01/04/2015)
NARCÓTICO
A saudade aperta
Sem dizer de quem
Talvez de mim mesma
Em outra época
Quando eu era mais eu
Sem nenhuma dependência
Dos vícios adquiridos
O fumo e a bebida
Matando aos poucos
Mas nada comparado
À pressa de morrer
Pela falta de você
Amor unilateral
Jogado no despenhadeiro
Subjugado e escravizado
Restrito a imaginação
Que faz pulsar ainda o coração
Friamente executado
Crack na alma alojada
Impulsionando o pouco da vida
Num bem de um mal constante
Na eterna espera da hora
Em que se fará presente
O maior de todos os meus vícios
O tom de cinza nos dias
De tantas cores alheias
Fogem ao meu sentido visor
Lavado e levado nas águas
Que escorrem na surdina
Do meu delírium tremens
(Nane - 01/04/2015)
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