quinta-feira, 20 de abril de 2017

MEUS CINCO SENTIDOS


Olham meus olhos cansados
Formas disformes contidas
Na retina envolvida em cataratas
Tão bem guardadas na memória

Um rosto sem as feições de outrora
Embora belo como quando visível
Martela na mente doentia
Que teima em visualizar o amor

Vejo formas disformes
Num vulto efêmero que me toca
Na surtada imaginação que dá forma
Em sonhos diluídos no amanhecer

A voz falada em meus tímpanos
No silêncio da noite escura
Em que não sei se durmo
Ou viajo em outra dimensão

Enganam-me os olhos e os ouvidos
Além do tato traiçoeiro
Que sente o calor do toque explícito
Tão real em sua marginalidade

O gosto surreal em minhas carnes
Traz o cheiro da maresia embriagante
Quando me perdia por instantes
No mar da loucura que tu fostes

Hoje, as formas se disformam
Na real sensação de apenas sonhos
Onde nada é realidade
E tudo não passa de saudade

Cansada de tanto desdenho

Acordo na frieza do momento
-E olho com meus olhos cansados
As formas disformes em desalentos

(Nane-20/04/2017)





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