terça-feira, 25 de abril de 2017

A DOR DE UMA POESIA


A dor de ouvir
O grito no vazio
Na impotência de atos
Sem esperança nenhuma

Fugir, não adianta
Ficar é regredir
Chorar não alivia
A saga continua

O desespero embaça
O vidro dos óculos
Disfarçando lágrimas
Incontidas na face

O grito ecoando
Num único espaço
Arrebentando os tímpanos
De um templo vazio

Não é mudo esse grito
Mas é surdo o ouvido
De quem não pode ouvir
Deixando de sentir

A saga continua
Na dor do grito vazio
Que chora sua agonia
Sem ao menos ler sua poesia

(Nane-25/04/2017)

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