domingo, 21 de outubro de 2018

BOA NOITE

Quem sou eu
Sem você
Talvez um nada
Num tempo perdido

Em volta de mim
Espaços vazios
Tão vislumbrados
Da tua presença

No aconchego do meu peito
Ainda sinto teu cheiro
Quando se aninhavas ao anoitecer
Em busca dos meus carinhos

Olho ao meu redor
Onde só um espaço vazio
Insiste em permanecer intacto
Sem ninguém à preencher

Mais uma noite destoada
Dos nossos risos e gargalhadas
Num tempo que não mais volta
De uma história já passada

Que fazes tu agora
Além do teu adormecer
Induzido não pelo teu querer
Mas tão necessário a você

Que faço eu agora
Além do meu adormecer
Induzido não pelo meu querer
Mas pelo meu próprio sobreviver

(Nane - 21/10/2018)





VOCÊ EM MIM

Ah meu imenso amor
Que nunca haverá de saber
A imensidão do meu querer
Por você

Vago insone
Pelos meandros da madrugada
Perdida em pensamentos
Que me prendem a você

Em meus devaneios
Tento imaginar
Teus instantes constantes
Em todos os meus instantes

Relembrando a cada instante
Cada uma das palavras
Ditas num instante
Em que só nós éramos relevantes

Ah meu imenso amor
Hoje, nada mais é importante
Além dessa saudade imponente
E no entanto, não mais é dor

De nós, ficou o sabor
E a certeza de que foi amor
Se ainda assim nada mais restou
Você, em mim (com certeza) ficou

(Nane - 21/10/2018)


sábado, 20 de outubro de 2018

VIRGEM MENINA

Doce menina de virgo
Entre a fera e a balança
Se perde ao pender
Entre tantas lembranças

Corre em tua face
Lágrimas camufladas
Em sentimentos distorcidos
Do certo e o errado

Num copo de cerveja
Derramas tua dor
Sem sequer entender
Se é deveras amor

Deixas que teu desatino
Conduza teu bem querer
Entre o certo e o errado
Sem saber o que fazer

Quem há de conduzir
A essência em você
Latente a gritar
Simplesmente o teu querer

Nas bolhas da cevada
Efervescente e gelada
Misturadas com suas lágrimas
Escondidas e contidas

Doce menina de virgo
Entre a fera e a balança
A ti, só me resta desejar
Que aprendas a te amar...

(Nane - 20/10/2018)




CLAU

E no teu olhar eu vi
O companheirismo
Na convivência senti
A cumplicidade

Dividimos verdades
Falamos bobagens
Sorrimos por sorrir
Sem motivo algum

Acho que isso é amizade
Sem cobranças e sem maldades
É apenas o prazer de estar contigo
E saber que somos amigas

Hoje o dia é especial
Posto que aniversarias
Então te dou o meu melhor
Em forma de poesia

Que seja essa primavera
Uma só de tantas outras
Que desejo sinceramente
Te ter na minha vida, sempre presente

Parabéns pelo seu dia
Que ele seja pleno de alegria
De amor, de saúde, paz e harmonia

(Nane - 20/10/2018)

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

OS SONS DA NOITE

A brisa noturna
Refresca o ar
A mente vazia
Pensa no nada

No ladrar dos cães
O silêncio se quebra
Um grilo falante
Faz solo na escuridão

Meu olhar perdido
Vagueia pelo céu
Nublado e sem brilho
Mas ainda assim, céu

A noite abafada
Prenuncia a chuva
Que talvez virá no amanhecer
Quando eu adormecer

O silêncio angustia
Mas os cães se calaram
Ouço meus próprios pensamentos
Como que levados ao vento

Até o grilo adormeceu
Ou então emudeceu
Destacando mais ainda o silêncio
Gritante em meus ouvidos

A hora que se faz
Me convida a deitar
Dormir, não sei se vou conseguir
Mas o melhor é me recolher

Nem tudo está perdido
Vou ouvir a sinfonia
Que os notívagos teimam
Transformar em poesia

(Nane - 18/10/2018)

PADECER NO PARAÍSO

No olhar de minha mãe
Mergulho em meu próprio olhar
Vejo coisas que não via
Quando podia enxergar

Ver o que está além
Do que os olhos conseguem alcançar
É só privilégio de mãe
Sempre atenta a vigiar

Sentir o pulsar do coração
Dentro do olhar
Ou é o próprio coração
que está à enxergar

São meras discrepâncias
Sem nenhuma importância
A verdade absoluta
É o desassossego de ser mãe

O padecer no paraíso
Inventado por alguém
Que possivelmente não foi mãe
Redundam na insônia

O orgulho do rebento
Ao final da sua saga
Coroa todos os propósitos
Da entrega sem um nada esperar

Sem inferno ou paraíso
Vive a mãe o que é preciso
Em sua própria realidade
Cumprindo sua maternidade

(Nane - 18/10/2018





segunda-feira, 15 de outubro de 2018

(RE)COMEÇAR

Recomeça tua empreitada
Viralizada por tua vontade
Nem sempre tão forte
Mas por enquanto, determinada

Transponha os obstáculos
Um de cada vez
Marche rumo a liberdade
De teus anseios obscuros

Confie na pujança
Da força superior
Que existe em você
Vindo do Deus que te criou

Faz do teu sacrifício
No caminho percorrido
O prazer de te saber
Ser um vencedor

Não permita que as trevas
Te consuma a energia
Conduzas tu o teu destino
Nesse mar de agonia

Para que quando o atravessar
Repouses enfim na mansidão
Dos novos sonhos que povoarão
Tua nova vida a começar

(Nane - 15/10/2018)




sexta-feira, 12 de outubro de 2018

PARALELAS

Chorei
Todas as lágrimas que tinha
Lavei
De todas as culpas
Minha alma cansada

Agora
Vislumbro outros campos
Renovados pela primavera
Ainda com pedras, mas verdejantes
Prontos à serem cruzados

Meu peito
Antes em turbilhão
Serena aos poucos
No pulsar meditante
De minha própria respiração

Dei tudo o que podia
Sobrou em mim o meu eu
Essência necessária em mim
Para que eu prossiga enfim
No meu próprio caminhar

Voa passarinho
Que só a ti pertence o caminho
Que tu mesmo escolheu traçar
Sou teu ninho vazio
Pronto sempre a te aconchegar

Agora é chegada a hora
Das estradas em paralelas
Siga do teu lado
Que seguirei do meu
Mas ainda assim...juntos

(Nane - 12/10/2018)

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

UM SÓ CLAMOR

Juntam-se as vozes
Dos que em silêncio sofrem
Numa única oração
Em prol do ente amado

Ouve Deus a nossa súplica
Em corrente de mãos dadas
Só por hoje
Na limpeza de nossas almas

Alivia a aflição
Serena o coração
Semeia em meio à nossa dor
A esperança, a paz e o amor

Dá-nos a sabedoria
Para compreendermos a diferença
Do que podemos ou não modificar
Nesse nosso intenso caminhar

O grupo unido e forte
Será sim, para a nossa sorte
A seara bendita e divina
Cultivada por toda a nossa vida

A porta que se abre para nós
Jorra e transborda luz
Vamos juntos caminhar (o grupo)
De mãos dadas com Jesus

(Nane - 05/10/2018)

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

ENTRANHAS DE MIM

O olhar fixo
Num ponto qualquer
Que gira e cresce
Numa ilusão hipnótica
Revira meus sentidos
Num mergulho em mim

Meus medos afloram
É medo de mim
Que acuada inflamo
Num insano destemor
Sem pressa ou nada afim
Além do próprio desamor

A saudade bate à porta
Na roda que gira
Da pessoa perdida
No mar do temporal
Em tsunami levada
Tentando ser encontrada

A ira que atrapalha
A luta desigual
Impulsiona a coragem
Em braçadas com a força
Dos sobreviventes
Na luta contra o mal

Serena o giro da roda
Aplacando meus sentidos
Desmistificando raízes
Proliferadas na areia
Escondendo o real valor
Do seu poder na pedra do amor

Alívio para os meus olhos cansados
No parar da roda que gira
No romper da ilusão hipnótica
No querer o desapego do apego
Para que enfim ressurja a vida
E por fim, em mim, o meu sossego

(Nane - 04/10/2018)