Ninguém precisa saber
Dos tantos desencantos
São tantos os que deveriam saber
Dos tantos encantos
Correnteza abaixo
Correm as águas
De encontro aos encantos
De um mesmo mar
Passam despercebidas
Por leitos tão previsíveis
Como a cumprir uma sina
De quem segue o seu destino
No céu, desenhos disformes
Fazem formas efêmeras
Desfeitas ao sabor do vento
Sem deixarem rastros
Na terra, a sorte de quem vê
O instante da forma formada
Num mágico momento
Da poesia na retina
É a vida passando ligeira
Levando na garupa quem vive
Deixando cair quem fica
À mercê do seu destino
O trinado de um pássaro qualquer
Ecoa nos ouvidos sensíveis
Daquele que tem tempo para ouvir
A natureza a cantar no alvorecer
A luz dourada refletindo
Por sobre o azul do mar
Numa mistura de cores exuberantes
De mais um dia vindouro
São tantas as maravilhas explícitas
Nem sempre observadas
Por culpa da falta de sensibilidade
De nós, pessoas tão ocupadas
É minha a explanação
É tua a reflexão
É nosso o tempo esvaído
É da morte a vida plena
(Nane-09/05/2017)
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