quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

MENTIRA OU ILUSÃO



Refletindo em plena reflexão
Na maior de todas as solidões
Ouço vozes e sorrisos
No quintal vazio
E tão cheio de espectros

Misturas de sonhos
Desejos e vontades
Do que são mentiras e verdades
Quimeras ou realidades
De uma retrospectiva introspectiva

E me vejo criança
Sem maiores perspectivas
Me importando com o agora
Deixando de lado
O sombrio amanhã

As vozes que ouço
De vivos e mortos
Me trazem lembranças
Do que vivi e do que sonhei
Em confusos momentos

Respiro no eco
Das paredes dos cômodos
Vazios e sem vidas
Onde antes habitavam
Tantos seres familiares

No ladrar de um cão
Seguido por outros
A sensação de que a vida
Continua lá fora
Sem comigo se preocupar

A morte da vida
Que vive aquém
Do meu eterno querer
Me fazendo sofrer
Por nunca me querer

A vida sofrida
Por medo da morte
De quem tanto me quer
E de que eu tanto (também) quero
E é inevitável

Se minhas verdades
Não passam de mentiras
Para quem é prático
Sou prática de ilusão
Em forma de coração

Jamais menti
Em minhas verdades
Que se confusas
Foram todas realidades
Em mim vividas

Agora (nesse instante) o silêncio incomoda
E os espectros me fazem companhia
Nessa casa vazia
Onde antes não cabia
Tanta gente que existia

Agora meu peito dolorido
Sente a falta da mão
Que acostumei a segurar
Quando nesses momentos
Me deixava conduzir

Se mentira ou ilusão
É seu meu coração
Se espectros ou imaginação
Em minha casa vazia
Ecoa a bagunça
De uma grande família...

(Nane - 17/12/2015)




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