terça-feira, 10 de novembro de 2015

SENTIDOS AFLORADOS



Extirpa de mim
Essa angústia entorpecente
Que me faz sinônimo
De uma ânsia desembestada

Refresca meus miolos
E acalma meus sentidos
Que se multiplicam em sinapses
De cinco vezes cinquenta

Surgindo plenitudes
Onde mora o vazio
De um pensamento fixo
Que faz subir a temperatura


Asfixiando sem estrangular
A entrada do meu ar
E fazendo pulsar desritmado
O órgão já demente

Reduzindo os neurônios pensantes
A receptores de quimeras
Numa utopia sem limites
De um futuro sem presente

Descarta de vez esse magnetismo
Que me puxa e me atrai
Sem deixar que eu siga
Em busca da minha paz

Desvincula do meu copo
O equilíbrio no meu caminhar
Que trôpego cambaleia
Diante do eminente perigo

Limita meus sentidos
Aos cinco vezes nada
Defecando a poeta
Na latrina descartável

Abro mão da verve
E abandono a cave
Salvando o que restou de mim
Enquanto ainda é tempo

Só não sei a quem dirigir
Essa oração desesperada
Já estando embriagada
Da minha poesia desequilibrada

(Nane - 10/11/2015)







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