Perco a noção
De ser quem sou
De viver o que vivo
Por viver apenas
Na minha arritmia
Perco a noção
De qualquer batimento
Em qualquer porta
Na noite vazia
Sinto frio e calor
Quando cruzo com indigentes
Que como eu, se dizem gentes
Perco a noção
Do que é a família
Quando sozinha me sinto
Em meio ao contingente
Talvez eu seja só
Quem veio sem ter ido
Ou quem é sem nunca ter sido
Convidado para a festa
E por isso perco a noção
Que nunca tive
E me jogam na cara
Por ser como sou
Um dia, hei de de encontrá-la
E ser tão comum como tantos
Mas por enquanto sou sem noção
Do certo e do errado
Então me resta a dualidade
Por não saber ser uno
E estar em constante mutação
No ser que dizem ser eu
(Nane- 15/10/2015)
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