sexta-feira, 1 de maio de 2015

RAZÃO DE MERDA NENHUMA



Dá-me a tua razão
E te mando a merda
Razão nenhuma interessa
Quando a vida se dispersa

Do alto da minha razão
Deflorei a árvore inteira
Deixando nua as aves abrigadas
E os frutos apodrecidos

O frio e o calor
Queimaram todas as folhas
E o outono se fez inverno
Sem primavera ou verão

Razão nenhuma me faz santa
Até por estar mais para a puta
Cospe meus pecados escancarados
A face deliciosamente satisfeita

Encrua  meu semblante taciturno
Em meu corpo inexplorado
Pelo toque do pecado original
Que abranda e faz brilhar a tez

Razão de merda nenhuma
Quero a culpa da libido
Aflorada pelo fogo
Queimando a razão

Viver o sonho dos ilícitos
Nas quimeras da minha própria fronte
Sem sentir o ardor do fogo 
No toque real da pele

Razão de merda nenhuma
Quando o abrir dos olhos
Revelam no reflexo do espelho
A vida passada e não vivida

Resta então dizer a sua imagem
Que o tempo não volta atras
Passou, perdeu, não viveu
Azar o seu...

(Nane-01/05/2015)

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