Sem enxergar ninguém
Talvez até estejam
Etéreos, cuidando de mim
Em cada cômodo vazio
A presença concreta de outros tempos
Preenche cada espaço definido
Por vivos e mortos que se foram
A casa, outrora tão pequena
Agora se agiganta
No eco de seus cantos
Das palavras que levitam
Vozes ímpares
Por vezes em algazarras
Brigas ou brincadeiras
Canções ou orações
Alguém me chama
Me deseja boa noite
Minhas vozes se calam
Não há mais eco pelos cantos
Escuto vozes agora
Vindas da televisão
Nem mesmo sei o que dizem
Mas escuto-as por opção
Nunca a desligo
Gosto de ouvir vozes
Ainda que de desconhecidos
Ainda que de uma televisão
O silêncio da noite me incomoda...
(Nane - 01/09/20)
BELISSIMO POEMA GOSTEI UM ABRAÇO E LINDO BLOG
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