quarta-feira, 4 de julho de 2018

VOO SOLO


Me assusta
O ruflar das asas de um pássaro
Que voa rumo a qualquer lugar
Que nem mesmo sabe, se vai chegar

Sua mãe o toca do ninho
Pronta para outro criar
Ele se vai sem olhar para trás
De encontro ao desconhecido

Me irrita a frieza da mãe
Que apenas obedece a natureza
E dá suporte no voo solo
Do filho que não mais irá voltar

Certos e errados se digladiam
Disputando um altruísmo
De mães totalmente diversas
Em suas formas de criações

Uma nova ninhada se prepara
Para eclodir em revoada
O pródigo não mais importa
Um outro ninho irá formar

Olho meu filho, homem feito
Pai de um outro filho
Minhas asas o protegem
Suas asas se atrofiam

Certos e errados se digladiam
Disputando um altruísmo
De mães totalmente diversas
Em suas formas de criações

(Nane - 04/07/2018)




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