A pena sem pena
Mergulha no carmim
Da veia perfurada
Para a escrita lacerada
Na folha branca
O vermelho toma forma
De letras conjugadas
Em uma poesia lúgubre
Borram-se as letras
Com o sangue escorrido
Na alvura do papel
Entregue ao menestrel
Que lê com seus sentidos
Enquanto declama por consideração
Ao sangue servido de tinteiro
Na missiva sem destinatário
Sente o cheiro nauseabundo das letras
Afastando as moscas famintas
No balançar repetido da mão
Enquanto a leitura não se acaba
A folha branca ensanguentada
É amassada e descartada
O menestrel silencia
A poesia está consumada
(Nane - 08/07/2018)
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