Que queima sem alarde
E faz do meu silêncio
Prenúncio de tempestade
Chuva de verão
Que desce em enxurrada
Sem nenhuma direção
Rumo ao mar
Sou nata da lama
Que calcificada
Empedrando sentimentos
Na frieza do dia a dia
Poeta sem métricas
Que reza na cartilha
Sem cabrestos de favas
Contadas por simetrias
Sou louca em desatino
Desdenhando o próprio destino
Desafiando Deus e o diabo
Num único (e sempre cheio) copo de cerveja
Sou mera filha da santidade
Virgem e imaculada
Que fez de mim nulidade
No terço da minha vontade
Que se faça o ora pro nobis
Julgando tudo o que fiz
Por amor ou invenção
Em nome do santíssimo coração
(Nane- 23/02/2016)
(Nane- 23/02/2016)
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