segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

DIGNIDADE

Que queres de mim
Se já te dei meu tudo
E restou apenas o meu nada
Para te ofertar

Que queres, ainda, de mim
Se nada mais tenho
Além da carência
Dos teus afetos

Que queres de mim
Quando exiges lucidez
Onde mora o conturbado
De minhas memórias

Que queres de mim
Se na maternidade
Me achei e me perdi
No tempo que se arrasta

Que queres de mim
Além da minha voz
Repetindo incessantemente
Meu clamor por companhia

Que queres de mim
Se já não sou a mesma
Que se deu por ti
E foi só isso o que restou

Ah...que queres de mim
Se em meu seio secou o maná
Que alimentou e fez crescer
Quem hoje cobra o que não tenho

Que queres de mim
Que peço apenas o carinho
E um pouco de dignidade
À quem entreguei a minha vida...

(Nane - 01/01/2016)



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