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quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Astros do universo
O que de mais rico se tem
São os sentimentos que nutrimos
No âmago do peito.
E foi na noite enluarada e fria
Que olhei em teus olhos
E os vi embaçarem
Com pouco brilho
Mas sei que seu brilho está lá
como o sol de verão
que encanta e aquece
E nisso eu creio.
Então te vi forte
Tão forte quanto a vida
Tão vivo quanto rei
Tão astro como o sol.
Errantes somos todos
Que seguimos sem destino
Achando que sabemos
E no entanto nos perdendo
Nos caminhos que traçamos.
Te busco num túnel escuro
E vislumbro sua luz
Me deixo guiar por ela
Porque sei que lá te encontrarei
É lá que te esperarei
Para juntos buscarmos a esperança
Num exorcismo completo da tormenta.
Ah! Está presente em ti as suas crenças
É só buscar teu âmago
Tens o dom da escrita sensível
Seus versos são sábios, sentidos
Deus é só um nome
Que nos deram para adorar
E por isso o vejo em tudo
Que de bom pode haver
No perfume que exala de uma flor
Ou na coragem da luta pela vida
Nos astros que pendem com brilho
Em tudo que transcende a própria metafísica.
Não procure por rimas nem beleza
Apenas se olhe num espelho e se goste
É você pedaço dessa energia que transcende
O tempo...ah o tempo!
Criado para servir
E no entanto é servido
E escraviza seu criador
Dane-se o sistema bolorento
Meu espelho é meu âmago
Meu mar interior
Onde me afogo e submerjo
Para voltar a tona de mim mesmo.
Vaidade de não se ter vaidade
Talvez devesse tê-la
Para construir um amanhã
Será que será?
Minha construção tenho que fazer
Para que nada seja em vão
Para que a luz que há em mim
Seja como outros astros
Que pendem no universo
Sem motivo aperente nenhum.
E é assim que caminha a humanidade
Sempre mutante,
Indo e vindo,
Nascendo e crescendo,
Vivendo e morrendo,
Soltando no ar
Palavras, palavras, palavras
Aparentes sem nexos
Tocando o universo
Que segue em ebulição.
(Nane-18/08/2010)
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